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KEN PARKER #26

1 dezembro 2004


Autores: Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero (roteiro e argumentos) e Ivo Milazzo e Carlo Ambrosini (desenhos).

Preço: R$ 22,00

Número de páginas: 104

Data de lançamento: Janeiro de 2004

Sinopse: No inverno de Montana, o exército americano está em guerra contra os dakotas. A ordem é exterminar duas centenas de guerreiros, em resposta ao massacre do posto avançado (ocorrido na edição anterior) promovido por eles, cujo único sobrevivente foi o guia Ken Parker.

A operação dos soldados, no entanto, fracassa. Quando chegam à aldeia, descobrem que os índios lhes enganaram, fazendo o caminho inverso, por outra trilha, e rumaram para o forte Shaw, que ficara completamente desguarnecido.

Uma tragédia provavelmente irá acontecer. São 200 peles-vermelhas sedentos de sangue contra 32 militares, além de mulheres, crianças e doentes. No último grupo está Ken Parker, ainda debilitado pelos ferimentos de uma lança e uma flecha.

Numa ação desesperada, o comandante pede a Parker que guie uma caravana, antes que os invasores cheguem e promovam uma carnificina maior. Enquanto isso, os soldados tentarão deter os índios. Para ajudá-lo, seguem apenas dois cozinheiros, um enfermeiro e um ferreiro. Ao descobrirem o plano, parte dos índios segue na captura das carroças que partiram.

Positivo/Negativo: Definitivamente, não é à toa que Ken Parker é tão cultuado pelos fãs dos bons quadrinhos. A série, sempre sob os roteiros precisos de Berardi, é de uma regularidade espantosa. E o melhor: o nível das histórias é sempre alto.

Esta edição, que mescla ação, suspense e uma realidade sem máscaras, é de tirar o fôlego. O texto de Berardi e Mantero transmite toda a dramaticidade da situação que os familiares dos militares vivem.

E isso é traduzido em imagens por duas feras do traço italiano, o preciosista Carlo Ambrosini e Ivo Milazzo (autor também da maravilhosa capa, que já demonstra os apuros em que Rifle Comprido está).

Em determinados momentos da trama, Berardi deixa claro que os índios não agiam movidos por crueldade, mas sim como forma de reagir ao massacre de seu povo. O autor faz o leitor pensar.

E no desfecho da trama, quando os recursos de Ken Parker chegam ao fim (sim, ele não é invencível) e tudo parece perdido, o escritor tira um "coelho da cartola", mas que está longe de um final feliz. Destaque para a frase do chefe dakota Mandam, que, ao devolver o rifle para Parker, diz: "Mude de estrada você também! Não se pode andar direito do lado dos casacas-azuis!"

O roteiro apresenta apenas uma incongruência, muito bem observada pelo site italiano UBC Fumetti: na primeira edição de Ken Parker, o protagonista ajuda Mandam, que, naquela oportunidade, era um cheyenne e agora é um dakota (ou sioux). Berardi errou.

O abnegado trabalho da Tapejara, por intermédio de seu editor Wagner Augusto, continua primoroso. A edição faz jus à classificação "de colecionador". No entanto, há três erros de português: "armadulha" (armadilha), na página 56; "espírios" (espíritos), na 96; e "que seja um premio" (faltou o acento circunflexo em prêmio).

Fora isso, esta edição, intitulada Pele-Vermelha é daquelas para ler, guardar e reler quando você estiver a fim de apreciar uma boa história.

Classificação:

4,0

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