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KEN PARKER # 28

1 dezembro 2004


Título: KEN PARKER # 28 (Tapejara)
- Série regular

Autores: Giancarlo Berardi (história), Alfredo Castelli (roteiro),
Giancarlo Alessandrini (desenhos) e Ivo Milazzo (capa).

Preço: R$ 25,00

Número de páginas: 104

Data de lançamento: Março de 2004

Sinopse: Em abril de 1876, no Forte Benton, Montana Setentrional,
um trote contra recrutas chama a atenção do coronel Price, o comandante
local. Para sua surpresa, entre os novatos está seu próprio filho, Oliver,
um jovem de 22 anos para quem ele sonhara com uma carreira de advogado
numa grande cidade.

Os dois têm uma violenta discussão e Price reclama das chances desperdiçadas
pelo rapaz para ter um futuro diferente do seu, longe de brutos e analfabetos
- como ele descreve os soldados do exército americano. Oliver terá de
mostrar ao pai que sua vontade precisa ser respeitada e, principalmente
aos colegas, que não recebe qualquer favorecimento por seu parentesco.

Mas o desafio será maior do que imagina, pois ele enfrentará chacotas
e humilhação, até cometer um grave erro. Para consertá-lo, somente uma
pessoa se dispõe a lhe prestar ajuda: Ken Parker.

Positivo/Negativo: Dizer que uma história de Ken Parker é bem contada
é quase um pleonasmo. Esta, intitulada O Caso de Oliver Price,
não foge à regra. O roteiro de Alfredo Castelli (o "pai" de Martin Mystère)
sobre o argumento de Giancarlo Berardi é bem amarrado, e mescla situações
de ação com cenas de drama familiar com precisão.

O conflito entre pai e filho é o mote principal, mas como é comum na série,
a trama tem como pano de fundo uma crítica ao papel das forças legais
americanas durante a conquista do oeste e ao despreparo de seus homens
para lidar com questões importantes, como os conflitos entre colonos brancos
e os índios e a disciplina nos quartéis. Como bem ressaltou o press
release
da editora, isso é bem resumido numa frase de Ken Parker sobre
o exército: "Espírito, audácia, heroísmo, pátria, divisa, bandeira...
matam-se como cães, mas com um monte de retórica"

Neste episódio, os soldados precisam enfrentar um grupo de cheyennes que
rejeitou o tratado de paz e partir para o combate. Num dos ataques que
fazem, roubam uma carroça repleta de armamentos, e a culpa recai sobre
o corneteiro Oliver, que em seguida é detido por ordem de seu pai.

No entanto, ele foge da cadeia e do quartel para tentar recuperar a carroça.
Ken Parker é designado para recapturá-lo. Quando o encontra, ambos enfrentam
os cheyennes numa missão quase suicida, que só não acaba em tragédia porque
Oliver, enfim, tocou sua corneta a plenos pulmões e o socorro chegou a
tempo.

Então, o rapaz é readmitido e escalado para comandar uma tropa pela primeira
vez. Fim? Não num título de Giancarlo Berardi. O desfecho, absolutamente
inesperado, tem a sua marca registrada.

Quanto aos desenhos, a arte de Giancarlo Alessandrini é carregada de tons
escuros e hachuras, e seus personagens apresentam feições mais embrutecidas.
Mas isso não é demérito algum, pois sua narrativa é bastante competente.
O problema é que os leitores ficaram "mal acostumados" com a leveza do
traço de Ivo Milazzo, sem dúvida, o artista que nasceu pra desenhar Ken
Parker
.

Classificação:

4,0

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