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KICK-ASS - QUEBRANDO TUDO!

1 dezembro 2010

KICK-ASS - QUEBRANDO TUDO!

Editora: Panini Comics

Autores: Mark Millar (roteiro e cocriação), John Romita Jr. (desenhos e cocriação), Tom Palmer (arte-final) e Dean White (cores).

Preço: R$ 60,00

Número de páginas: 208

Data de lançamento: Junho de 2010

 

Sinopse

Ser um super-herói no mundo real é um pouco diferente das histórias em quadrinhos. Dave Lizewski viveu na pele o sonho de encarar o crime. E o resultado ficou um pouco aquém do que ele esperava...

Positivo/Negativo

Recriar o gênero dos super-heróis é uma tarefa cada vez mais difícil, dado o número de lançamentos envolvendo gente com poderes vestindo roupas coloridas. Mesmo os grupos barra-pesada, como Authority ou The Boys, usam uma fórmula já conhecida: seres com dons especiais e nenhum escrúpulo. O que fazer de novo?

A ideia de um humano normal assumir uma identidade secreta e sair em busca de justiça é tão óbvia que passou quase despercebida até agora - exceto, claro, pelo Batman.

O mais próximo que o mundo dos quadrinhos chegou dessa questão foi a obra-prima de Alan Moore e Dave Gibbons, Watchmen. Mas a trama abordava muito mais o impacto político causado por um grupo de mascarados surrando bandidos. E nem todos eram humanos comuns: o Doutor Manhattan, por exemplo, tinha (muitos) poderes.

Millar, então, decidiu contar a história de um jovem nerd, ávido leitor de quadrinhos e fracassado na vida amorosa. Tão fracassado que chega a se passar por homossexual apenas para ficar próximo de sua amada. Seu pai é um homem trabalhador, que sai à noite para ganhar seu sustento.

Dave se sente tão perdedor que assume uma identidade secreta. Ele compra uma roupa de mergulho pelo eBay, adota o nome Kick-Ass e parte para a luta contra o crime. Seu primeiro encontro, com um bando de jovens bagunceiros, não podia ser pior: o jovem apanha, é esfaqueado e acaba atropelado. Passa meses no hospital e precisa fazer fisioterapia.

Isso seria o suficiente para qualquer um enterrar o ideal de se tornar um herói. Mas não para Dave. Ele sabe que nasceu para ser grande. E acaba conseguindo virar uma sensação no YouTube graças a um espancamento que consegue impedir, meio por acaso.

Assim, Dave atrai a atenção de Hit Girl e Big Daddy, uma dupla de heróis "de verdade". Ela é uma criança que sabe usar armas (desde metralhadoras M16 a katanas). Como a personagem Tulip, da série Preacher, a pequena aprendeu a arte da matança com seu pai, que assume a identidade de Big Daddy. E os três unem forças contra o crime.

Mark Millar cria uma aventura muito divertida, recheada de sacadas inteligentes, diálogos bem construídos e personagens carismáticos. Dave cativa com seus dilemas de nerd adolescente, facilmente identificáveis ou compreendidos. Hit Girl é uma mistura de Rambo e Polly Pocket, como o próprio Dave a descreve, e conquista o leitor em meio aos banhos de sangue que proporciona todas as vezes que dá as caras.

A trama ganha brilho no traço de John Romita Jr., que capricha nos desenhos de página inteira e nas cenas de ação, regadas a tripas e membros decepados boiando em sangue. Tudo nas cores vivas de Dean White.

Kick-Ass é uma HQ extremamente violenta, mas muito divertida, que se não reinventa o gênero de super-heróis, pelo menos conta uma história diferente. Foi adaptada para o cinema pelo diretor Matthew Vaughn em uma produção meio independente, que contou com a supervisão da dupla de criadores. Veja aqui a resenha do filme.

A edição da Panini está caprichada, com capa dura e papel de luxo. Como extras, foram incluídas as capas originais, esboços do desenhista e trechos do roteiro.

Mas todo esse cuidado tem um preço que pode afastar leitores ocasionais. A editora poderia ter optado por lançar uma edição mais barata, capaz de atrair pessoas que tivessem se empolgado com o filme. Mas continua sendo um volume altamente indicado para fãs de super-heróis.

Classificação:

4,0

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