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LEX LUTHOR - O ANEL NEGRO - VOLUME 2

1 dezembro 2012

LEX LUTHOR - O ANEL NEGRO - VOLUME 2

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Paul Cornell e Gail Simone (roteiro), Pete Woods, Jesús Merino, Marco Rudy, Ed Benes, Marcos Marz e Luciana Delnegro (arte), Dan Jurgens e Norm Rapmund, Rags Morales, Ardian Syaf, Jamal Igle e John Sibal e Gary Frank (arte adicional) e Brad Anderson, Val Stapler e Jason Wright (cores) - Publicado originalmente em Action Comics # 896 a # 900, Action Comics Annual # 13 e Secret Six # 29.

Preço: R$ 22,90

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Abril de 2012

 

Sinopse

Lex Luthor continua sua cruzada para alcançar o poder absoluto a partir das esferas energéticas dos Lanternas Negros. Para tanto, deverá confrontar vilões como Vandal Savage, o Lanterna Laranja Larfleeze, Coringa e Brainiac.

Em mais dois contos sobre o passado do personagem, é mostrado como um jovem Luthor cruzou o caminho de Darkseid e Ra's Al Ghul.

Positivo/Negativo

Criado em 1940, por Jerry Siegel e Joe Shuster, na revista Action Comics # 23, Lex Luthor é um dos mais antigos vilões dos quadrinhos de super-heróis e o principal oponente do Superman ao longo dos tempos.

Inicialmente concebido como um cientista louco, ele foi se transfigurando para as formas de um gênio incompreendido na década de 1970, um empresário poderoso e corrupto a partir da reformulação empreendida por John Byrne após a grande Crise de 1986, até chegar à presidência dos Estados Unidos nos anos 2000.

O que sempre permaneceu, contudo, foi seu intelecto superior e o ódio irrestrito pelo Homem de Aço, que Luthor jurou destruir.

Mas neste arco de histórias para a série Action Comics, assinado por Paul Cornell e diversos ilustradores, cuja publicação a Panini Comics conclui neste segundo volume dedicado ao vilão, Luthor apresenta motivações e adversários diferentes.

Aqui, ele está atrás de superpoderes ilimitados, em decorrência do que experimentou na saga A noite mais densa, e enfrenta alguns dos maiores vilões da DC Comics. O resultado é um conjunto de algumas das histórias mais interessantes já estreladas pelo careca.

A utilização de cronologia pregressa de um personagem, o universo partilhado e títulos mensais distintos que se interligam são elementos que muitas vezes tiram a paciência dos leitores e ajudam a afastá-los dos quadrinhos de super-heróis. Embora essa insatisfação seja compreensível, não passa de um reducionismo sobre as qualidades do gênero.

Afinal, encontros de heróis de revistas variadas e tramas que estendem por vários meses ajudam também a fidelizar os fãs e suscitar interesse por novos títulos. Tudo depende de como é feito.

Eventos como Crise de identidade, assinado por Brad Meltzer e Rags Morales, e a maxissérie semanal 52, de Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka e Mark Waid, provaram como o uso da cronologia pode render bons frutos se conduzido de forma competente.

Já na saga Lex Luthor - O anel negro (iniciada no volume anterior), o roteirista Paul Cornell, acompanhado por diversos ilustradores, contrapõe Luthor a grandes figuras do Universo DC, como o Sexteto Secreto e Brainiac, enquanto relembra eventos do passado. O resultado é puro entretenimento para os fiéis seguidores da editora.

Começando com um pequeno crossover com a série mensal do Sexteto Secreto, que tem texto de Gail Simone e cujas aventuras permanecem inéditas no Brasil, Luthor mostra todo sua sagacidade e podridão de caráter, enquanto vilões como Pistoleiro e Bane ajudam a compor um painel de personalidades doentias.

Na sequência, há dois contos que são o ponto alto da edição, publicados originalmente em Action Comics Annual # 13, sobre a juventude do arqui-inimigo do Homem de Aço. Um Lex Luthor em início de carreira conhece o jornalista Perry White e é levado por Darkseid para o odioso mundo de Apokolips, onde experimenta tecnologias fantásticas e contracena com os personagens criados por Jack Kirby. Marco Rudy brilha nos desenhos, com uma diagramação inspirada e boa concepção das figuras alienígenas.

Logo depois, vem a história de como o vilão conheceu o terrorista internacional Ra's Al Ghul, numa narrativa que perde apenas por sua experimentação fora dos padrões, que almeja voos elevados, mas acaba derrapando.

Nas histórias situadas no presente, o melhor é o diálogo entre o ex-presidente e o insano Coringa, com perfeita interação entre esses "Piores do Mundo".

E vale destacar o confronto final entre Luthor e Superman, da edição comemorativa Action Comics # 900, que, além do desenhista regular Pete Wood, conta com arte adicional de Gary Frank, Rags Morales e Dan Jurgens.

Com exceção de Morales, cujas páginas estão entre as mais esquisitas que ele já produziu, todos apresentam um trabalho de qualidade.

Mas o que impressiona mesmo é a forma como Cornell decidiu executar a história, mergulhando fundo na psique do vilão e relembrando momentos marcantes na vida de Superman, como a criação pelos Kent e a morte ao enfrentar Apocalypse.

No entanto, alguns elementos podem ser específicos demais para o leitor ocasional, como o Sr. Cérebro e os acontecimentos da saga dos Lanternas Verdes. Enquanto outros, como a versão robótica de Lois Lane, acertam em cheio na familiaridade do público.

A personagem Morte, criada por Neil Gaiman para a série Sandman, volta a marcar presença neste número, numa prova de coesão entre os universos explorados.

Todas as tramas são muito bem amarradas e, no final, fica a sensação de um trabalho conduzido de forma competente para um vilão que estava merecendo.

 

Classificação:

4,0

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