Uma década antes da saga Crepúsculo revitalizar a "vampiromania" entre os adolescentes, a série de TV Buffy - A caça-vampiros, de Joss Whedon, havia inserido com propriedade os seres das trevas na cultura pop.

Para os fãs dos diálogos afiados e das tramas deliciosas de Buffy, Jessica Abel e Gabe Soria criaram, em 2008, a graphic novel Life Sucks.

A história mostra um clã de vampiros que trocou a Europa pela ensolarada Los Angeles, atuando como empreendedores dos mais variados ramos de negócios.

Lord Radu Arisztidescu é dono de uma loja de conveniências 24 horas, chamada Last Stop. Para conseguir funcionários pro turno da noite, ele costuma transformar rapazes em vampiros. Um deles é Dave, que tinha acabado de entrar na faculdade e precisava de dinheiro para pagá-la. A oferta de emprego era tentadora. Mal sabia ele que o requisito para obter a vaga era ter caninos protuberantes.

Ser um vampiro era a última coisa que Dave queria, tanto que prefere beber plasma roubado de banco de sangue e Blood Brew (uma espécie de cerveja feita com sangue fermentado) a morder outros jovens.

O círculo de amizades de Dave, que já era restrito, passa a ser ainda mais. Ele conta apenas com três amigos, sendo dois deles vampiros: Carl, Jerome e Sue-Yun.

Além dos vampiros, Dave convive com clientes góticos e nerds que veneram os filhos de Drácula, e nem desconfiam que há alguns de verdade na região.

Quando Rosa, uma garota de ascendência mexicana por quem Dave tem uma queda, passa a ser disputada entre ele e Wes, um vampiro surfista e playboy, as coisas se complicam.

Dave e Wes fazem um acordo para conquistar o coração de Rosa sem usar nenhum poder especial, mas, ao saber que a moça deseja ser mordida, qual deles vai quebrar a palavra?

Life Sucks foi pensada para um público adolescente e cumpre muito bem essa função na caracterização dos personagens e seus respectivos dilemas.

O lápis limpo de Warren Pleece e as cores de Hilary Sycamore ajudam a prender a atenção do leitor, mas para uma trama escrita para uma geração high tech, em que a maior parte dos relacionamentos se dá por meio de redes sociais e chats, não fazer menção a nada disso a torna anacrônica (só dois personagens têm celular, por exemplo), afugentando o público-alvo e não proporcionando atrativos para a geração anterior.

A opção é adquirir a versão mais recente, feita pela Square Fish, que traz esboços dos personagens e da capa, com uma impressão impecável por um preço em conta.