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LIGA DA JUSTIÇA # 69

1 dezembro 2008


Autores: Escombros - Brad Meltzer (texto), Gene Ha (arte) e Art Lyon (cores);

Justiça negada - Justin Gray (texto), Rick Leonardi (desenhos), Sean Philips (arte-final) e ILL (cores);

Resgate em Qward - Mike W. Barr (texto), Randy Green (desenhos), Andy Owens (arte-final) e ILL (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Agosto de 2008

Sinopse: Escombros - Depois de um desabamento, Víxen e Arqueiro Vermelho estão soterrados sob os escombros de um prédio.

Justiça negada - A Liga da Justiça enfrenta um Caçador de Marte transtornado pelas memórias da família que perdeu.

Resgate em Qward - A Liga da Justiça encara uma legião de qwardianos.

Positivo/Negativo: Em abril deste ano, a Panini lançou uma edição especial da revista Wizmania. Chamada de Wizmania Preview, a publicação adiantou alguns dos títulos que a editora publicaria ao longo do ano.

Segundo a programação, a revista Liga da Justiça estaria, a estas alturas, publicando a série A Guerra dos Anéis, estrelada pela Tropa dos Lanternas Verdes.

Mas o tempo passou e a programação mudou. Com a reforma editorial por que a linha DC vai passar, A Guerra dos Anéis acabou se tornando o carro-chefe de uma nova revista: Dimensão DC - Lanterna Verde.

O resultado é que esta edição de Liga da Justiça acabou ficando bem atípica. Todas as histórias são protagonizadas pela equipe que dá nome à revista - um fato bastante incomum. Além da aventura que dá continuidade às HQs regulares da Liga, há três com o selo Arquivos Confidenciais, em que as tramas se situam no passado do grupo.

A história de maior destaque é Escombros. E não faltam motivos para isso.

Seu autor, Brad Meltzer, é um romancista que se tornou quadrinhista bem cotado na DC Comics depois de escrever uma boa fase de Arqueiro Verde e a bela minissérie Crise de Identidade.

A arte ficou a cargo de Gene Ha, um criador excepcional.

Os elogios na imprensa especializada foram instantâneos.

Para completar, a aventura ganhou um prêmio Eisner, o mais importante dos quadrinhos norte-americanos. Embora não haja menção a isso na revista, a HQ foi considerada a melhor história contada em uma única edição.

Tudo isso faz com que a expectativa em torno de Escombros seja grande. E, a princípio, a HQ mostra que tem fôlego. Enquanto Meltzer faz uma construção de personagens poderosa, Ha se ocupa de criar uma arte escura envolta por uma diagramação sufocante. É uma aula de narrativa.

Mas há um porém. A certa altura da trama, há uma reviravolta: o Arqueiro Vermelho percebe que esteve o tempo todo de cabeça para baixo - e então consegue se salvar. É um ponto-chave da história - e faria com que ela fosse ainda melhor.

O problema é que a equipe criativa esqueceu-se de considerar um detalhe: a gravidade. Mesmo soterrado, o empuxo gravitacional atuaria sobre o corpo dos dois personagens - indicando o que está abaixo e o que está em cima deles. Afinal, mesmo deitada debaixo de uma coberta em um quarto escuro, uma pessoa é capaz de saber pra que lado fica o chão.

Quando o Arqueiro Vermelho diz que está com o teto a dois dedos da cara, ele deveria estar encostado no chão - e sabendo reconhecer para que lado sua massa era atraída.

A falha deixa uma sensação de estranheza que compromete o desfecho da história. De qualquer forma, não tira os méritos acumulados até então: mesmo com o erro, a narrativa continua a ser uma das mais interessantes que se viu por estas plagas neste ano - e a arte de Ha é matadora.

É por isso que, apesar do erro, a história ainda é melhor que todo o resto da revista.

Justiça negada, por exemplo, é uma patuscada. Justin Gray cria uma trama tão interessante quanto uma criança brincando com bonequinhos: tem herói pra cá, vilão pra lá e um mote batido no meio. A arte de Rick Leonardi é simplória - e só tem algum charme porque Sean Philips é um arte-finalista estiloso.

A situação melhora um pouco em Resgate em Qward - principalmente porque está publicada de cabo a rabo nesta edição, sem a necessidade de se esperar um mês pra ler a continuação de uma aventura bobinha.

E este arco é isto: bobinho. Mas divertido. O veterano Mike W. Barr (Batman, Camelot 3000) faz uma aventura cósmica simples, mas que entretém por um bom punhado de minutos.

Com um Eisner furado, um fim de arco lamentável e uma aventura bobinha, esta edição de Liga da Justiça não consegue ir muito além de sua vocação de tapa-buraco.

Mês que vem, com a reforma editorial, retoma a publicação de três figurões da DC: Flash, Mulher-Maravilha e Sociedade da Justiça, todos herdados de revistas canceladas. Tomara que a mudança consiga melhorar Liga da Justiça - que já foi o melhor título da linha DC da Panini.

Classificação:

4,0

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