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LIGA DA JUSTIÇA # 74

26 agosto 2009


Autores: Sem limites (Justice League of America # 15) - Dwayne McDuffie (texto), Ed Benes (desenhos), Sandra Hope (arte-final) e Pete Pantazis (cores);

Os tornados-gêmeos (The Flash # 234) - Mark Waid (texto), Freddie E. Williams II (arte), Tanya Horie e Richard Horie (cores);

Vida acelerada (The Flash # 234) - Mark Waid, John Rogers (texto), Doug Braithwaite (arte) e Alex Sinclair (cores);

O círculo (Wonder Woman # 15) - Gail Simone (texto), Terry Dodson (desenhos), Rachel Dodson (arte-final), Alex Sinclair (cores);

Reino do Amanhã (Justice Society of America # 11) - Geoff Johns (texto), Alex Ross (texto e arte pintada), Dale Eaglesham (desenhos), Ruy José, Drew Geraci (arte-final) e John Kalisz (cores).

Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Janeiro de 2009

Sinopse: Sem Limites - A chegada de Nuclear vira o jogo na luta entre a Liga da Justiça e a Liga da Injustiça, liderada por Lex Luthor.

Os tornados-gêmeos - Jai, filho de Flash, sofre uma estranha mutação.

Vida acelerada - É a vez de Barry Allen e sua esposa, Íris, visitarem o planeta Savoth.

O círculo - Mulher-Maravilha enfrenta o Capitão Nazista.

Reino do Amanhã - Enquanto o Superman da Terra-22 tenta se habituar à Terra-1 e à Sociedade da Justiça, os Flashes tentam chegar até o universo do herói exilado.

Positivo/Negativo: A ideia de que o combate entre super-heróis e supervilões está desgastada é, de certa forma, uma falácia - simplesmente porque ela tem sido usada com verdadeira competência pouquíssimas vezes nas últimas três décadas.

Afinal, convém lembrar, desde os anos de 1980 os super-heróis deixaram de ser sempre bonzinhos e os vilões ganharam um lado humano mais complexo - e aí está o sucesso retumbante das reedições de Watchmen para recordar a todos, embora a ficha corrida dos culpados pela mudança seja bem mais extensa.

Com isso, as velhas brigas entre mocinhos e bandidos, bem maniqueístas, bem arquetípicas, acabaram geralmente relegadas àqueles criadores de poucos recursos, incapazes de criar uma história interessante.

É por isso que a série Sem limites, que se encerra nesta edição, funciona tão bem. Ela é tão básica quanto um desenho animado desses a que se assiste sequelado nas madrugadas. Não exige reflexão e nem racionalização. Parece ir direto às partes mais primitivas do cérebro. É lida por instinto.

O resultado disso é uma das melhores HQs da Liga da Justiça dos últimos anos - feita não por acaso por Dwayne McDuffie, produtor do melhor desenho animado já produzido com o time de heróis.

O trabalho de McDuffie pode ser primal, mas também tem estilo, charme, humor e agilidade, enfim, um bom toque contemporâneo.

É uma pena que o resto da revista não mantenha o mesmo nível.

Até a incensada retomada da trama na minissérie Reino do Amanhã, no título Sociedade da Justiça, tem uma edição ensebada, que enrola mais do que avança.

As histórias do Flash, por acaso escritas pelo autor de Reino do Amanhã, Mark Waid, parecem ter perdido o rumo. Não são engraçadas o suficiente para se encaixarem como uma HQ de humor e, ao mesmo tempo, carecem do punch das HQs de aventura.

Mulher-Maravilha, por sua vez, caiu nas mãos da roteirista Gail Simone, que não consegue dar ritmo à história nem com a arte pop e divertida do casal Dodson. O roteiro se perde em digressões e flashbacks - e não leva a trama a lugar nenhum.

 

Classificação:

4,0

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