Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
OUÇA
Reviews

LIGA DA JUSTIÇA # 79

26 agosto 2009


Autores: De volta à ativa (originalmente em Justice League of America # 20) - Dwayne McDuffie (texto), Ethan Van Sciver (arte) e Brian Miller (cores);

Confins da Terra (originalmente em Wonder Woman # 20) - Gail Simone (texto), Aaron Lopresti (desenhos), Matt Ryan (arte-final) e Brad Anderson (cores);

Saque expresso (originalmente em The Flash # 239) - Tom Peyer (texto), Freddie E. Williams II (arte), Tanya Horie e Richard Horie (cores);

Um mundo sob Gog (originalmente em Justice Society of America # 16) - Geoff Johns (texto), Alex Ross (texto e arte pintada), Fernando Pasarin (desenhos), Rebecca Buchman (arte-final) e Hi-Fi (cores).

Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Junho de 2009

Sinopse: De volta à ativa - Flash é cobrado por sua ausência das missões da Liga da Justiça - e retorna para combater a Colmeia ao lado da Mulher-Maravilha.

Confins da Terra - Mulher-Maravilha encara um novo adversário. E, no passado, ressurge Beowulf.

Saque expresso - Flash enfrenta acusações de bater carteiras da população durante um período em que teve sua mente manipulada.

Um mundo sob Gog - Personagens de Reino do Amanhã continuam a invadir a vida da Sociedade da Justiça da América. Agora o gigante Gog caminha sobre a Terra.

Positivo/Negativo: É fato que boa parte dos títulos da linha DC andam medonhos, mas isso não significa que tudo é ruim.

Esta edição, por exemplo, tem seus bons momentos. E não é de se jogar fora.

Liga da Justiça, carro-chefe que é, tem uma história bacana - a melhor da revista. A responsabilidade é de Dwayne McDuffie, escritor hábil, que faz histórias simples e competentes. Ele sabe o que está fazendo - teve participação central na bem-sucedida série em desenho animado da Liga.

McDuffie não complica nem enrola. Vai à essência de seus personagens para criar aventuras matadoras. De volta à ativa é uma delas. Seu Flash é jovial, aventureiro, mas também um pouco atrapalhado. Sua Mulher-Maravilha é monumental, perfeita, ligeiramente divina. Os diálogos são precisos - principalmente quando Diana descreve as reações de Batman e Superman ao afastamento de Flash.

A história fica ainda melhor porque é desenhada por um artista que chama a atenção mesmo quando não dá o melhor de si: Ethan Van Sciver. Seu estilo detalhista às vezes parece apressado, atropelado pelos prazos. É o caso de alguns quadros desta HQ - que carece de cenários.

Só que De volta à ativa não é um clássico. Nem é pra ser. É uma apenas leitura divertida, uma aventura de sujeitos superpoderosos fantasiados para ser lida no banheiro, no ônibus, para iluminar um momento de tédio.

As outras três HQs da edição seguem a mesma linha - mas com menos brilho. O Flash e a Mulher-Maravilha de McDuffie dão um banho até nos títulos originais da dupla.

Em Mulher-Maravilha, o começo do arco Confins da Terra tem a arte bacana de Aaron Lopresti, mas o roteiro é de Gail Simone - e isso deixa o leitor com um pé atrás, por mais correta que seja a primeira parte. Infelizmente, Gail não tem o hábito de acertar por muito tempo.

Ao menos, o começo parece bem engrenado. A HQ se divide em duas narrativas paralelas. De um lado, o lendário Beowulf, heróico personagem da tradição anglo-saxônica. Do outro, um novo algoz para a Mulher-Maravilha. Tem tudo - menos roteirista - para dar caldo. Quem sabe Gail Simone surpreende?

Já em Flash pode-se conferir a sequência de um arco de Tom Peyer e Freddie E. Williams II que começou na edição anterior, que é divertido, que é intrigante, mas também meio enrolado.

A última página até deixa um bom suspense no ar, mas a verdade é que essa balela de um Flash batedor de carteira não se sustenta por muito tempo. E isso abafa o interesse na trama, por mais que a arte seja ágil, estilosa e moderninha.

Por fim, Sociedade da Justiça traz o começo de Um mundo sob Gog, mais um arco destinado a mesclar o atual Universo DC com a minissérie Reino do amanhã.

É muito difícil sacar a intenção de Geoff Johns e Alex Ross com esse argumento.

Em primeiro lugar e principalmente, porque Reino do amanhã parece cada vez mais superestimado, e quanto mais toda a concepção futurologista da HQ se resume a uma Terra paralela de Contagem Regressiva, pior fica a situação da série original.

Além disso, a série não chega a ser tão grandiosa a ponto de justificar o retorno de uma graphic novel badalada de anos atrás - para falar a verdade, é até bem enfadonha.

Há um tom de estranheza na HQ, e isso é o que ela tem de interessante. Oras, tem um gigante que faz milagres, e isso e bacana de alguma forma, mas, na medida em que nada se resolve, a estranheza fica gratuita e se esvai.

Esse filhote bastardo de SJA e Reino do amanhã até pode vingar e surpreender. Mas, por ora, não chega a ser nem o ponto mais alto da revista.

 

Classificação:

4,0

Leia também
Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA