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LOVELESS – TERRA SEM LEI – DE VOLTA PRA CASA

1 dezembro 2010

LOVELESS - TERRA SEM LEI - DE VOLTA PRA CASA

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Brian Azzarello (texto), Marcelo Frusin (arte), Patricia Mulvihill (cores), Levi Trindade e Fabiano Denardin (tradução).

Preço: R$ 16,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Abril de 2010

 

Sinopse

A Guerra Civil que dividiu os Estados Unidos acabou recentemente, mas os problemas causados por ela ainda estão longe de serem resolvidos.

No meio disso, em Blackwater, Wes Cutter voltou para casa com a ideia de não perder tudo o que conquistou antes da guerra. E isso inclui Ruth, sua mulher, dada como sumida - mas a história não é bem assim.

Positivo/Negativo

O faroeste é um gênero típico americano. Por isso, não deixa de ser curioso que o mercado de caubóis brasileiro seja dominado há anos por italianos, com seus fumetti de Tex, Zagor e Mágico Vento.

Mesmo que DC e Marvel tenham se arriscado no gênero nos últimos tempos, com títulos como Jonah Hex e Rawhide Kid, a onda ainda não tinha atingido a Panini, que republica os títulos das editoras norte-americanas por aqui.

Loveless é o primeiro deles - muito elogiado, Jonah Hex já foi anunciado e deve vir na sequência.

Divulgado originalmente como uma série que teria por volta de 50 edições, Loveless começou a sair em 2005. Durou apenas metade do previsto: 24 números, sendo que os dois últimos só foram publicados no volume encadernado.

Não dá pra chamar de sucesso de público.

Mas todos sabem que nem sempre o público de quadrinhos é um bom indicativo de qualidade das histórias.

Loveless não deu certo lá fora, mas seria uma pena se desse errado por aqui.

Azzarello não é um autor que acerta sempre. Mas, quando o faz, fica muito acima da média, como é o caso de seu aclamado 100 Balas (e mesmo de seu controverso Hellblazer).

Em Loveless, o autor pisa no território em que mais rende: o submundo dos anti-heróis.

Wes Cutter é um ex-combatente do lado derrotado que tenta ficar com a terra que lhe pertence. É cínico e dissimulado: age como se aceitasse a derrota, mas briga pelas costas para garantir o que acha ser certo.

Ruth, sua mulher, é uma espécie de arma secreta. Oficialmente, está desaparecida. Na prática, não é bem assim - e essa reviravolta é um dos bons achados do roteiro.

Outras características do texto de Azzarello são a concisão e a economia. Elas criam cenas narrativamente densas, em que tudo acaba sendo importante. Não é uma leitura leve, como se vê geralmente em Tex. Loveless exige dedicação do leitor.

Claro, isso não é um problema, até porque a arte do argentino Marcelo Frusin é impecável: é bonita, tem estilo e garante fluidez para a narrativa. Há quadros fabulosos, com destaque para o da página 90. Com as cores de Patricia Mulvihill, o álbum consegue criar um clima bem envolvente.

A edição da Panini acaba valorizando esse bom trabalho: correta e com preço e acabamento gráfico bons.

Ao leitor que crê, restam orações e mandingas para a série seja bem-sucedida e este volume se torne a primeira edição de uma coleção completa da série - que nos Estados Unidos foi compilada em apenas três volumes.

Afinal, não há mais nada a fazer diante do compromisso da editora em dar continuidade às séries que começa a publicar.

Classificação:

4,0

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