Esta é uma edição de Mágico Vento que Gianfranco Manfredi destinou para encaminhar a grande trama de Ned Ellis: o soldado que perdeu a memória, foi salvo pelos índios e se tornou seu xamã.

Aqui, o passado do personagem volta a dar as caras, assim como as alucinações premonitórias do xamã.

Na parte estrutural, a história tem vários flashbacks e devaneios de Mágico Vento, que se intercalam com o tempo presente. Essa inconstância de representação traz ao leitor a mesma insegurança que o personagem sente quanto ao que pode ter acontecido mesmo com ele ou não.

Colocar o leitor na posição do personagem é uma excelente estratégia para criar a empatia, muito importante para se manter o interesse na leitura de uma trama tão longa quanto a jornada de Mágico Vento.

Os desenhos são do excelente Goran Parlov, responsável por outros números da série e por algumas histórias do Justiceiro, da Marvel.

A arte de Parlov, embora realista, sai um pouco do esperado em uma revista da Bonelli. O trabalho com sombras é um pouco mais carregado, resultando num traço mais pessoal e emblemático, sem deixar de ser adequado à série ou destoar de seus predecessores nos desenhos do fumetto.

Vale lembrar que a trama se resolve na próxima edição, com um ansioso "continua" no último quadrinho.

Completam a edição o Correio de Poe, com mensagens dos leitores, e a Blizzard Gazette, com texto do próprio Manfredi sobre apresentações de peças de William Shakespeare no Oeste norte-americano.