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MARTIN MYSTÈRE - O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL # 9

1 dezembro 2001

Martin Mystère #9
Título: MARTIN MYSTÈRE - O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL # 9 (Mythos Editora) - Revista mensal

Autores: Alfredo Castelli (roteiro) e Franco Bignoti (desenhos).

Preço: R$ 5,50

Número de Páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2003

Sinopse: Sangue em Chinatown - Conclusão de Os Assassinos do Kung-Fu. Prosseguindo a investigação da morte de um amigo chinês, Martin acaba sendo capturado pela lendária Lady Dragon, comandante secreta de uma das divisões da Máfia Chinesa, e é forçado a enfrentar o desafio dos 36 quartos, a prova mas mortífera à qual os monges do antigo templo de Shaolin se submetiam no auge de seus treinamentos.

Positivo/Negativo: Um desfecho não mais do que mediano para uma aventura que prometia muito. Os primeiros dois terços da revista prendem a atenção, prosseguindo com a história do templo de Shaolin, iniciada no número anterior, com várias informações interessantes sobre a imigração chinesa para os Estados Unidos e a formação do bairro de Chinatown. Só isso já faz valer a pena ler a HQ.

Os problemas começam com a revelação da identidade da misteriosa Lady Dragon, uma vilãzinha muito medíocre. A partir daí, a história torna-se extremamente previsível (excetuando-se alguns bons momentos durante a seqüência dos 36 quartos). Qualquer um consegue adivinhar que Martin Mystère vai se livrar da lavagem cerebral em tempo de salvar a pátria. Pouco suspense, pouco envolvimento do leitor com a trama.

Pra piorar, a revelação do conteúdo do sagrado Pi foi decepcionante. O Dragão Chinês gigante foi de amargar. A arte de Franco Bignoti também não ajuda, muito acadêmica, sem brilho, estritamente funcional. Se a aventura fosse desenhada por, talvez, Casertano ou Alessandrini, o resultado final poderia ter melhorado. Infelizmente não foi o caso (lembrando, pra ser justo, que Bignoti já fez ótimos trabalhos na série, como o episódio O Homem que Descobriu a Europa, publicado nos números 7, 8 e 9 da editora Globo, mas aqui ele definitivamente não estava nos seus melhores dias).

De qualquer modo, ficaram faltando as viagens exóticas tão típicas da série, as reviravoltas surpreendentes que Castelli orquestra com maestria, as teorias fantásticas (porém verossímeis) para os grandes enigmas da humanidade. Em suma, um episódio apenas mediano.

Curiosamente, a Mythos publicou três páginas da próxima aventura no final da edição, sem título, créditos, nada, como se fosse uma espécie de trailer do próximo número. Na verdade, o episódio A Loucura de Martin Mystère tem 98 páginas, duas a mais do que a estrutura do título da editora permite publicar.

A Mythos resolveu o problema antecipando três páginas. Nada mal, pois foi uma saída melhor do que simplesmente cortar. Mas seria bem mais interessante aumentar a estrutura da revista para abrigar a história. Afinal se o Mister No pode ter algumas edições com 115 páginas por que não o Martin Mystère?

Quanto a edição em si, os erros de português continuam aparecendo, o que é péssimo. De resto, tudo em ordem, boa impressão e acabamento, mas faz falta o trabalho especial de cores na capa, um cuidado que a Mythos toma em alguns números e em outros, não.

O subtítulo Detetive do Impossível reapareceu, o que parece indicar que o sumiço da edição anterior foi um caso de esquecimento, pura e simplesmente. Chato isso.

Classificação: - Rodrigo Emanoel Fernandes

 

Classificação:

4,0

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