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MARVEL ACTION # 11

1 dezembro 2008


Autores: Justiceiro - Diário de Guerra - Matt Fraction (roteiro) e Ariel Olivetti (desenhos);

Pantera Negra - Reginald Hudlin (roteiro) e Manuel Garcia (desenhos);

Cavaleiro da Lua - Charlie Huston (roteiro) e David Finch (desenhos);

Demolidor - Ed Brubaker (roteiro), Michael Lark e Stefano Gaudiano (desenhos).

Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 104

Data de lançamento: Novembro 2007

Sinopse: Justiceiro - Diário de Guerra - Uma Guerra está acontecendo entre os heróis e quem está ganhando com isso são os vilões. É hora de Frank Castle escolher um lado, principalmente com G.W. Bridge o perseguindo.

Pantera Negra - Após passar pela Inglaterra, T'Challa e Ororo seguem para os Estados Unidos, onde uma cilada é armada pelo Homem de Ferro para afrontá-los.

Cavaleiro da Lua - Spector voltou para a sua missão, mas para poder agir plenamente como o Cavaleiro da Lua ele precisará de ajuda.

Demolidor - Matt continua caçando quem mandou matar Foggy Nelson e isso o leva a um mundo de jogos ilegais e máfia em Mônaco.

Positivo/Negativo: Marvel Action continua como o melhor mix da Marvel no Brasil. Equilibrado, com boas histórias e série condizentes com sua proposta, é uma revista que entrega ao leitor o que promete: ação.

Abrindo com a nova série do Justiceiro, ligada diretamente à Guerra Civil a revista já mostra a que veio. Obviamente, a trama está bem longe do humor negro, ácido e cruel que Garth Ennis tem usado no personagem nos últimos anos, mas isso tem seus motivos.

Para se diferenciar do título principal do Justiceiro e não cair na armadilha de tentar imitar outro roteirista, Matt Fraction faz esta série seguir o estilo das histórias tradicionais de ação.

Com duas tramas correndo em paralelo, a revista mostra o Justiceiro tentando entender o que está acontecendo na Guerra Civil e G. W. Bridge caçando o anti-herói. Como quem vem acompanhando a minissérie sabe, essa parte acaba com Frank Castle indo trabalhar para o grupo do Capitão América.

A única coisa estranha é a arte. O desenho de Ariel Olivetti é excelente. Salvo uma ou outra coisa mais caricatural, como os braços exagerados do Justiceiro. Contudo, o colorista Dean White criou um visual diferente, meio infantil e um digital demais. Bastante diferente do lado mais sombrio que combinaria com o personagem

A melhor história do mix, como nas últimas edições, é Pantera Negra. Principalmente devido à ligação dele com a Guerra Civil. Fazendo um antagonismo mais político que os outros personagens, o título foi crescendo bastante em qualidade e importância desde o casamento do herói com Tempestade.

Esta edição marca o auge dessa questão política. O momento em que a diplomacia acaba e volta-se a lembrar que esses personagens são, antes de tudo, super-heróis e, quando afrontados, partem para a briga.

O Cavaleiro da Lua retorna ao mix da revista. Quem gostou do primeiro arco de histórias certamente curtirá. E o melhor é que mesmo quem não achou tão bom, ou perdeu o começo, pode seguir a partir daqui, pois esta nova fase do personagem está interessante.

No primeiro arco, Charlie Huston reintroduziu o herói, tentando lhe conferir um diferencial. Paralelamente, apresentou uma idéia de que ele pode estar beirando a insanidade, mesmo que seus amigos não saibam.

Agora, o roteirista está reunindo os elementos faltantes para colocar o herói em ação contra o seu primeiro grande vilão: o Assassino do Relógio. Mas como nem o Cavaleiro da Lua pode ignorar a Guerra Civil, esta história termina com um gancho para uma conversa com o Capitão América.

E ainda há o desenho realista e hiper-detalhista de David Finch. Ele é excelente para as cenas de ação, principalmente para retratar os momentos mais violentos.

Fechando a edição, o Demolidor, que voltou a ser um sucesso inquestionável com o trabalho de Bendis e Maleev e continua mantendo a qualidade nas mãos de Brubaker, que, inclusive, assumiu o herói em um momento muito complicado.

Com a identidade secreta de Murdock revelada e sua conseqüente prisão, Brubaker precisou trabalhar com muito cuidado para, aos poucos, ir criando um novo espaço de atuação para o personagem.

Com a morte forjada do Foggy, ele conseguiu um pretexto tanto para tirar o Demolidor da cadeia, quanto para mantê-lo afastado da Guerra Civil, prosseguindo sua trama sem ter que ficar se preocupando em ligá-lo da forma como o evento precisasse.

Assim, enquanto o Punho de Ferro posa por aí como Demolidor, esta edição mostra Matt em Mônaco, atrás de uma pista que mais parece uma armadilha do que qualquer outra coisa.

Além de um roteiro competente, a revista conta com uma arte competente. Michael Lark e Stefano Gaudiano não só criam um clima noir com cenas de ação que combinam perfeitamente com a história, como mantêm elementos típicos da identidade visual que foi construída para o herói na fase de Maleev.

Classificação:

4,0

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