A primeira história, Vivendo na escuridão, acontece após a invasão skrull vista em Invasão secreta. No final da saga, a rainha alienígena é morta por Norman Osborn, que passa a ser visto como um herói americano.

Frank Castle sabe que não é bem assim. Ele decide matar o novo "herói", mas vê sua tentativa frustrada pelo invencível Sentinela. E o hacker que salva o Justiceiro também o ajuda a acabar com vários locais dominados pelo crime e financiados por Osborn.

A trama, dividida em cinco partes, é divertida e apresenta tudo que os fãs esperam: o Justiceiro descobrindo antros de vilões, muitas explosões e tiros para todos os lados. Com um acréscimo: em alguns momentos, Frank usa armamento skrull para detonar tudo.

Mas não vai além disso. O roteiro é bem linear e não mostra nenhuma reviravolta ou sacadas geniais; apenas pancadaria.

O problema é que a história não acaba. Ela apresenta apenas metade da aventura. Não fica claro se o leitor comprou uma HQ incompleta e nem se a continuação será publicada.

A arte de Jerome Opeña é detalhista, mas sem exageros. As cores sombrias de Dan Brown combinam com o tom do roteiro. De modo geral, os desenhos são bons.

A segunda aventura, Se eu morrer antes de acordar, segue a mesma linha: descobrir um crime, achar o esconderijo dos bandidos e entrar para destruir e matar.

O diferencial fica por conta da arte. Castle acaba sob o efeito de uma droga e começa a ver o mundo como se fosse o sonho de uma garotinha. Ele passa, então, a matar bonecas de pano, ursos ninjas e alguns personagens de Alice no país das maravilhas, sempre em cenários coloridos, povoados por estrelinhas que parecem saídas de um jogo do Mario Bros.

A HQ é divertida e inusitada, justamente por sair da mesmice.

De modo geral, é bacana ter um encadernado do Justiceiro, já que lançamentos avulsos do personagem são raros. E vale mencionar que, na segunda capa, a Panini faz propaganda da minissérie Marvels II - Por trás das câmeras, prometida para fevereiro, mas não lançada até agora.