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MARVEL ESPECIAL # 4 – O QUE ACONTECERIA SE...

1 dezembro 2008

Autores: Caça às bruxas - Jeff Parker (roteiro) e Aaron Lopresti (desenhos);

Egos venenosos - Peter David (roteiro) e Khoi Pham (desenhos);

Cuspindo no prato que comeu - Jimmie Robinson (roteiro) e Carmine Di Giandomenico (desenhos);

O que aconteceria se Legião tivesse assassinado Xavier e Magneto - Rick Remender (roteiro) e Dave Wilkins (arte);

O que aconteceria se a equipe secreta de Xavier sobrevivesse - David Hine (roteiro) e David Yardin (desenhos).

Preço: R$ 14,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Outubro de 2007

Sinopse: Coletânea de histórias inéditas da famosa série O que aconteceria se.... Em histórias geralmente apresentadas pelo Vigia, são mostradas realidades paralelas ao Universo Marvel em que algo aconteceu diferente da cronologia normal.

Nesta coletânea, tirando O que aconteceria se Legião tivesse assassinado Xavier e Magneto, as histórias mostram um encaminhamento diferente para grandes sagas recentes da editora, como Vingadores - A Queda, Homem-Aranha - O Outro, Wolverine - Inimigo do Estado e X-Men - Gênese Mortal.

Positivo/Negativo: Um dos problemas das grandes editoras é que, mais do que fazer boas histórias, elas precisam lucrar. Assim, se aproveitam de idéias que dão certo, transformam praticamente em uma franquia e as usam à exaustão, simplesmente porque vendem, independentemente da qualidade das tramas. Esta nova leva de O que aconteceria se... é um bom exemplo disso.

Talvez esse formato tenha se desgastado, pois nem mesmo roteiristas bons como Jeff Parker (de X-Men First Class), Peter David e David Hine conseguiram produzir uma boa história para esta edição.

A revista já abre de forma péssima, com uma reinterpretação pretensiosa de Vingadores - A Queda. Mais do que mostrar uma história na qual a Feiticeira Escarlate fez o que fez auxiliada pelo Capitão América, Jeff Parker dá a entender que, mesmo na cronologia oficial, o Sentinela da Liberdade estava louco e foi co-responsável pela destruição da equipe.

A diferença proposta pelo roteirista para essa realidade é que Hank McCoy quis investigar a fundo o caso e acabou expondo o Capitão. Segundo Parker, na versão "oficial", a mente de Steve Rogers é curada da loucura quando a realidade é alterada para a Dinastia M e depois é restabelecida.

Se essa história é quase revoltante, as demais são simplesmente medíocres. Muitas vezes, mesmo quando o leitor não gosta do final de um determinado arco, é preciso entender: ele foi feito daquela maneira por ser a melhor forma ou, pelo menos, a única funcional.

Então, histórias como do Homem-Aranha ou do Wolverine ou terminam da forma que terminaram ou se transformam nessas coisas que se vê aqui: um Homem-Aranha zumbi que se funde novamente com o simbionte e desenterra Gwen Stacy para ser sua parceira; e um Wolverine que mata quase todo mundo no Universo Marvel até ser detido.

Sobre a releitura da Era do Apocalipse, há pouco a dizer. Essa saga já foi uma espécie de O que aconteceria se Xavier tivesse morrido antes de criar os X-Men com a diferença de ter acontecido na linha de tempo oficial da Marvel. Agora, Rick Remender tenta mostrar que se Magneto tivesse morrido também tudo teria sido ainda pior, a ponto de o Mago Supremo da Terra ser o Irmão Vodu.

Para não dizer que nada se salva, a última história escrita por David Hine é razoável. É a menos pretensiosa da edição, segue bem à risca a fórmula narrativa tradicional da série O que aconteceria se... e acaba agradando.

Talvez o principal diferencial seja que o autor não mexe na essência dos personagens, só na situação. Então, tudo que acontece é condizente com o que sabemos sobre a personalidade mutante de Vulcano. Nada na história é um grande absurdo. Apenas surgiu uma oportunidade diferente da realidade oficial e ele agiu como se esperava.

A arte das histórias, no geral, é mediana. Tirando Dave Wilkins, que tem um visual diferenciado do padrão e dá uma estilizada interessante nos personagens, o restante não se destaca. Aaron Lopresti e David Yardin são autores que fazem bem o básico, enquanto Khoi Pham e Carmine Di Giandomenico precisam melhorar um bocado para chegarem a um traço razoável.

Classificação:

4,0

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