Autores: David Hine (roteiro) e Frazer Irving (arte).

Preço: R$ 14,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Janeiro de 2008

Sinopse: Os cristais terrígenos foram roubados dos Inumanos e, agora, estão nas mãos do governo norte-americano, que se nega a devolver.

Cansados de tentar a via pacífica, os Inumanos mandam preparam um ataque para mostrar que falam sério, mas a situação sai do controle e, depois de matar várias pessoas, alguns Inumanos são presos pelos seus antigos aliados: o Quarteto Fantástico.

Raio Negro não tem outra opção a não ser partir para uma posição mais ofensiva. Contudo, enquanto tenta salvar a honra de seu reino, no calabouço seu ensandecido irmão arma um plano que pode mudar o destino de todos.

Positivo/Negativo: Guerra Silenciosa tem uma história bacana, uma arte competente e trabalha com personagens carismáticos. Teria tudo para ser um grande destaque da Marvel, mas perde muito seu brilho por acontecer junto com Guerra Civil.

Um mega-evento atinge todos os títulos da editora. Heróis lutam entre si em uma situação insustentável. No meio disso, os Inumanos travam uma guerra com os Estados Unidos, precisam ser combatidos pela S.H.I.E.L.D. e pelos super-heróis.

Os eventos acontecem ao mesmo tempo - no começo, eles lutam com o Quarteto antes de o grupo se separar; e no final aparece a nova formação dos Poderosos Vingadores, ainda não foi apresentada no Brasil. Mesmo assim, um evento não respinga no outro. Guerra Civil não afeta e nem é afetada por esta história.

Isolada em uma bolha editorial, a edição perdeu muito de sua força. E poderia ser mais impactante e importante para a Marvel se mais bem trabalhada.

Os Inumanos sempre foram personagens interessantes e usados sem exagero pela Marvel. Com poucas minisséries e especiais, fazem aparições em títulos regulares como uma cultura exótica. Liderados por Raio Negro, que não pode falar devido ao poder devastador de sua voz, contam com a interpretação da rainha Medusa que entende os pensamentos no marido por meio de gestos mínimos.

Esta história escrita por David Hine parte da trama iniciada em Dinastia M - O Herdeiro, em que Mercúrio, o filho de Magneto, rouba os cristais terrígenos para tentar devolver o poder aos mutantes.

É em Dinastia M - O Herdeiro, que Luna, filha de Mercúrio e Cristal, é exposta várias vezes aos cristais e, além de desenvolver poderes mentais, cria uma ligação com eles. Por isso, Luna se torna uma personagem central deste especial, não só por poder localizar o tesouro dos Inumanos, mas por ser o elemento que permitirá a realização do plano de Maximus, irmão louco de Raio Negro.

Mais do que mostrar a tal Guerra Silenciosa, esta HQ traz uma mudança drástica na vida dos Inumanos. Enquanto Raio Negro está tentando resolver a situação, seu irmão está armando contra ele e consegue, inclusive, seduzir Medusa.

Essa parte dá história mostra uma boa jogada teórica, revelada logo na primeira página. Os Inumanos fazem seu primeiro ato em um evento no qual está sendo encenada uma peça de Shakespeare e os personagens subestimam o valor cultural da obra. Se tivessem dado mais valor ao autor inglês, talvez não caíssem na ironia da guerra deles contra os Estados Unidos servir de pretexto para uma subtrama mais do que shakespeareana na corte Inumana.

O resultado é: os Inumanos dominados por seu novo rei, Maximus, e prontos para uma verdadeira guerra contra a humanidade.

A arte de Irving é um show à parte. Com um traço leve, simples e funcional, surpreende ainda pelo excelente trabalho nas cores. Tudo cria o clima que funciona tanto para os confrontos da guerra, quanto para os conflitos da corte.