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MARVEL ESPECIAL # 6 – NOVOS GUERREIROS

1 dezembro 2008


Autores: Kevin Grevioux (roteiro) e Paco Medina (arte).

Preço: R$ 14,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Março de 2008

Sinopse: Todos acreditavam que os Novos Guerreiros morreram em Stamford, no incidente que virou o estopim para a Lei de Registro de Super-Humanos e a Guerra Civil.

Depois de todos os acontecimentos e de Tony Stark ter sido empossado como diretor da S.H.I.E.L.D., um novo grupo se denomina Novos Guerreiros e começa a combater o crime e lutar pela liberdade dos super-heróis.

Positivo/Negativo: Primeiro, um pouco de história. A Marvel nunca teve um grande quadro de "parceiros-mirins", como a DC, que tinha o suficiente para formar um grupo como os Novos Titãs. Assim, quando os principais heróis adolescentes da "Distinta Concorrência" começaram a envelhecer para atender uma demanda mais "adulta", em meados dos anos 80, a Marvel tratou de buscar uma alternativa para se aproximar dos jovens leitores.

Em 1989, aproveitando o mega-evento Atos de Vingança, no qual os principais vilões se reuniram para derrotar os heróis, a Marvel lançou Os Novos Guerreiros, criados por Tom DeFalco. A equipe refletia muito do que os adultos pensavam na época sobre os adolescentes: eles eram irresponsáveis, violentos, sem orientação, despreparados, mas muito poderosos.

No Brasil, a primeira fase de suas histórias foi publicada pela Editora Abril, em Homem-Aranha. Era uma série interessante. Os heróis ficaram na revista do Cabeça-de-Teia por um bom tempo, até pararem de sair.

Enquanto nos Estados Unidos o grupo foi reformulado diversas vezes, por aqui, salvo aparições esparsas, seus heróis perderam a importância e eram quase desconhecidos quando marcaram o início da Guerra Civil.

Agora que finalmente o grupo ganha uma edição especial, algo que poderia atrair fãs antigos, a série está relacionada com absolutamente tudo que foi publicado nos últimos tempo na Marvel, exceto com... os Novos Guerreiros.

Chega a impressionar a quantidade absurda de pré-requisitos para se entender a série. O leitor precisa, no mínimo, ter lido Academia X - Novos X-Men, Guerra Civil, todos os Guerra Civil Especial e várias outras histórias recentes da editora.

Ou seja, para apenas entender quem são os personagens, o que está acontecendo e do que se trata a revista, o leitor precisa estar imerso no Universo Marvel.

Pra "ajudar", a edição nacional não traz nenhum texto explicando os eventos recentes. O roteirista também não se preocupou em momento algum em retomar a história dos personagens e nem explicar os eventos que se relacionam à trama. Ou seja, a série vai como uma locomotiva desembestada que o leitor pega no meio da viagem e tenta sentar na janela.

Para se ter uma idéia, nenhum dos novos integrantes da equipe é super-humano. Eles são mutantes que perderam seus poderes no Dia M e agora foram equipados por um novo, ou talvez o original, Radical, antigo líder dos Novos Guerreiros, que supostamente estava morto.

Esses ex-mutantes apareceram em diversas séries e em momento algum é esclarecido como saíram da situação em que estavam para se tornarem esses novos personagens.

Como se isso não bastasse, o roteirista não se aprofunda na trama. Ele trabalha mal os personagens e se divide entre os treinos do grupo, as atuações e policiais que tentam descobrir quem está financiando os Novos Guerreiros (a investigação está diretamente ligada às conspirações envolvendo Stark, descobertas por Ben Urich e Sally em Guerra Civil Especial).

Ou seja, não dá para entender o que motiva os personagens a lutar. Eles nunca foram heróis no sentido tradicional, no máximo foram X-Men lutando em causas relacionadas aos mutantes. Agora, sem poderes, de repente, decidem usar um punhado de apetrechos tecnológicos e se arriscar em nome da liberdade dos outros "não registrados". Por quê?

A impressão que fica é que eles estão nessa mais pela adrenalina de usar os equipamentos do que por uma causa propriamente dita.

Enfim, a revista se resume à coleção de situações que começam do nada e não tem qualquer conclusão.

O desenho de Paco Medina não ajuda o suficiente para fazer a leitura valer a pena. Seu traço é bem executado, com estilizações na medida certa, mas quando a história é tão ruim, fica difícil.

Parece que a Marvel achou que o nome de um roteirista famoso, vindo do cinema garantiria a revista. A editora só não imaginou que ele mergulharia tanto na história dos personagens a ponto de obrigar os leitores a acompanhar todas as séries da "Cada das Idéias". Um erro editorial crasso.

Classificação:

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