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MARVEL MILLENNIUM – HOMEM-ARANHA # 74

1 dezembro 2008


Autores: Homem-Aranha - Brian M. Bendis (roteiro) e Mark Bagley (desenhos);

X-Men - Robert Kirkman (roteiro) e Yanick Paquette (arte);

Quarteto Fantástico - Mike Carey (roteiro) e Pasqual Ferry (desenhos);

Visão Millennium - Mike Carey (roteiro) e Brandon Peterson (desenhos).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Fevereiro de 2008

Sinopse: Homem-Aranha - Depois de toda a confusão causada pelos clones, é hora de Peter Parker tentar reorganizar sua vida e tomar a decisão que pode encerrar definitivamente a carreira do Homem-Aranha.

X-Men - O Professor Xavier está morto e todos vão prestar suas últimas homenagens e decidir o rumo a ser seguido.

Quarteto Fantástico - A Terra está condenada e Ronan, o Acusador, está aqui para executar a sentença, a menos que o Quarteto descubra uma forma de impedi-lo.

Visão Millennium - A nave de Gah Lak Tus levou Tarleton à loucura e ele pode destruir toda a Terra. A única esperança da humanidade é o robô Visão, que luta para voltar à ativa.

Positivo/Negativo: Apesar de muitos antigos leitores de quadrinhos
terem se afeiçoado bastante à linha Ultimate, ela foi criada, inicialmente,
para ser uma porta de entrada para iniciantes no universo das HQs. Hoje,
mais de cinco anos após o início dessas histórias, pode-se dizer que elas
foram um bom começo para qualquer um que quisesse se encantar com as aventuras
de super-heróis da Marvel.

Contudo, há uma triste realidade com a qual os leitores veteranos já estão familiarizados e que a linha Ultimate está começando a mostrar aos novatos, e esta edição é um ótimo exemplo disso. O fato é que mudanças drásticas e histórias chocantes podem impressionar e prender a atenção, mas não funcionam a longo prazo.

As HQs de super-heróis são uma novela quase sem fim e muitos arranjos são feitos para que elas continuem assim. Assim, constantemente o leitor depara com artimanhas, nem sempre agradáveis, que varrem todas aquelas transformações chocantes para debaixo do tapete.

Em Homem-Aranha, a Saga dos Clone deixou diversas conseqüências que começaram a ser saneadas aqui. Fury não vai mais prender Peter e até está garantindo que ninguém saiba a verdade sobre ele. Os Parker vão provisoriamente morar com a família de Mary Jane, resolvendo a questão da casa destruída e retomando o relacionamento de Peter e MJ. A tia May, que tinha surtado e renegado seu sobrinho, já está calma e não se importa tanto por ele ser um super-herói.

Mas isso são minúcias perto do principal engodo da edição passada, que era a possibilidade de Peter Parker deixar de ser o Homem-Aranha. A revista tinha se encerrado como se aquilo fosse uma grande dúvida no ar, algo que "obrigaria" o leitor a retornar no mês seguinte e descobrir qual foi a decisão.

Contudo, chega a ser uma ingenuidade acreditar que neste número Peter abriria mão de seus poderes e a revista acabaria por falta de um Homem-Aranha para justificar o título.

Da mesma forma, não há motivo para entrar no clima de luto mostrado em X-Men. Primeiro, porque tudo que envolve viajantes tempo como Cable e Bishop não é muito confiável e é facilmente reversível. Segundo, porque, ao contrário dos X-Men originais, que cresceram e a Escola continuou mesmo sem seu fundador, aqui os personagens não tem como funcionar sem o seu mentor.

E como o show não pode parar, aguarde que, mais hora menos hora, alguma explicação será dada e essa "morte certa" de Xavier será revertida. Aliás, quando acontecer, será mais uma característica dos X-Men absorvida por sua versão Ultimate: quase todo mutante ressuscita, alguns deles mais de uma vez.

É uma pena ver que esses títulos estão começando a importar algumas das vicissitudes que tanto afastam os antigos leitores, mas, pensando bem, seria ingenuidade acreditar que isso não aconteceria.

Por enquanto, o jeito é acompanhar as histórias com a mente aberta e aproveitar desenhos como os de Mark Bagley e Yanick Paquette, que tornam essas aventuras bem mais palatáveis.

A segunda metade da revista sofre por ser escrita por Mike Carey. Desde que esse arco do Quarteto Fantástico começou, a história tem sido sem pé nem cabeça e se mostrado um amontoado de personagens mal trabalhados e uma trama que não se abre em momento algum para que o leitor a compreenda.

Era de se esperar que, na conclusão, muito fosse esclarecido, mas a história terminou da mesma forma sem propósito com que foi conduzida.

Tirando o desenho, muito bom e com um visual interessante, nada mais se aproveita. As lutas começam e terminam sem muita razão e a motivação dos personagens fica longe de ser esclarecida.

Ao menos a história de Visão Millennium tem a vantagem de ser linear e compreensível. Mesmo assim, ela teve uma edição bem morna e não empolga.

Classificação:

4,0

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