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MÔNICA # 100

1 dezembro 2011

MÔNICA # 100

Editora: Editora Abril - Revista mensal

Autores: Estúdios Mauricio de Sousa (roteiro e arte).

Preço: Cr$ 8,00 (preço da época)

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Agosto de 1978

 

Sinopse

13 HQs (sendo duas de apenas uma página) e uma tira, estreladas pela Turma da Mônica, Bidu e Chico Bento.

Positivo/Negativo

Se atualmente é comum, e até esperado, que as revistas em quadrinhos da Mauricio de Sousa Produções atinjam a centésima edição, a primeira vez que isso aconteceu, em 1978, com Mônica, ainda na Abril, representou um marco importante. Afinal, foi um dos primeiros gibis exclusivamente nacionais a atingir a marca.

A capa celebra o feito, com confetes e serpentinas, uma faixa ostentando o número 100 e a Mônica carregada em triunfo pelos colegas. Na página 3, um texto de abertura (sem assinatura) também faz o registro.

Diferentemente das edições centenárias que viriam depois, no entanto, aqui as comemorações ficam por isso mesmo. Não há, por exemplo, nenhuma outra menção e muito menos uma história especial.

Pelo contrário. A primeira HQ da revista é institucional: Mônica e o orelhão é uma história encomendada pela Telesp (a companhia telefônica paulista, na época) para uma campanha educativa sobre a utilidade e conservação dos telefones públicos. Foi republicada depois, em uma edição gratuita de 16 páginas, chamada A Turma da Mônica e o Orelhão.

As demais seguem a linha do que tradicionalmente já era lido na revista. Isso não significa que se trata de uma má edição, é claro. Até porque a fase criativa em que a publicação se encontrava é uma das melhores de sua história de mais de 40 anos.

A própria história de abertura, com exceção de um ou dois momentos mais explicitamente didáticos - poderia facilmente passar por uma trama habitual: envolve até um vilão com um plano absurdo de roubar todas as fichas telefônicas para ligar para todos os lugares do mundo (sim, na época, era com fichas que os orelhões funcionavam).

Na sequência vem Sempre cabe mais um, que mostra o Bidu às voltas com vários cachorros que se protegem da chuva em sua casinha. A narrativa excelente vê quase tudo pelo lado de fora - como se nem o leitor coubesse dentro da casa, e tendo que imaginar o aperto lá dentro.

A fofa apresenta Mônica às voltas com uma almofada (a fofa em questão). Os desenhos seguem a linha mais "solta", cheia de movimentos, que foi uma marca dos quadrinhos de Mauricio daquele final de anos 1970.

Bidu, o gatão é daquelas em que há um mistério a ser esclarecido: por que o cachorrinho está se comportando como um gato?

Os desenhos mais fofinhos são as estrelas de Coelho fino é outra coisa, na qual o Cebolinha esconde o coelhinho da Mônica (que ainda não se chamava Sansão) quando a dona se aproxima; de No armário, em que a dentucinha fica presa no móvel do quarto do seu amigo troca-letras; e, principalmente, de Olé!, que mostra a dona da rua se vestindo a caráter para paquerar um garoto espanhol - o que desperta os ciúmes do Cebolinha. Esta é a história com visual mais alucinado da edição.

Chico Bento, que ainda não tinha revista própria, aparece em duas HQs: O tímido, em que ele ainda não namorava a Rosinha e estava com vergonha de se declarar para ela, e Um novo jeitão de pescar, na qual, sem nenhum balão de texto, o caipirinha se vê às voltas com um peixão.

E Ninguém gosta de mim encerra a edição com Mônica tendo que lidar com um garoto chorão e muito chato.

Classificação:

4,0

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