Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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Moon Knight # 1

30 maio 2014

Moon Knight # 1Editora: Marvel Comics – Revista mensal

Autores: Warren Ellis (escritor), Declan Shalvey (arte) e Jordie Bellaire (cor).

Preço: US$ 3,99

Número de páginas: 24

Data de lançamento: Março de 2014

Sinopse

Marc Spector retorna a Nova York depois de uma estada pela Costa Leste (onde produziu um seriado baseado em sua vida). Agora, o lunático vigilante é um detetive consultor para casos bizarros.

Positivo/Negativo

Existem escritores que tentam a vida toda emplacar uma série de quadrinhos, seja continuando o trabalho de outro autor ou criando algo novo.

Warren Ellis fez isso várias vezes. Desde sua revitalização do grupo Stormwatch (que culminou no Authority), passando por Hellblazer, Planetary e Transmetropolitan, até a fase recente na Marvel, com Thunderbolts, Vingadores Secretos e esta nova versão do Cavaleiro da Lua.

Já nesta primeira edição, o autor demonstra toda a sua versatilidade, contextualizando os motivos dessa nova tentativa de atualizar o Cavaleiro da Lua para o Século 21. E o faz com maestria.

Há mistério, há suspense, há muito da mescla entre ciência de mundo real com ficção científica absurda e tudo se equilibra com quadrinhos de super-heróis, o que resulta numa espetacular revitalização de um personagem obscuro e (francamente) desconhecido.

Ellis joga as cartas certas para criar uma trama interessante, bem escrita e com todos os ganchos para serem desenvolvidos. Mais que isso: corrige uma das falácias históricas do personagem, com a falta de pesquisa sobre doenças mentais, que em outras séries chegou a medidas absurdas, só que obviamente não será revelado aqui para evitar estragar a surpresa dos leitores.

Mas não é só Ellis que se destaca. A arte de Declan Shalvey, com a belíssima cor de Jordie Bellaire brincando com os tons, cria uma fantástica interação entre uma cidade suja enquanto um lunático anda por aí com um terno branco combatendo o crime.

Além disso, a transição de páginas e quadros é cinemática e precisa.

Cada detalhe, quadro e momento é construído com uma categoria kubrickiana, e nada é gratuito. Pelo contrário: É nesses pormenores que se constrói uma história ainda maior.

Até o momento, esta é o melhor título da fase Marvel Now!, e a única a fazer bom uso da ideia de reinventar séries e personagens para novos leitores, e Ellis só precisa manter o ritmo para ser um forte candidato ao Eisner Award.

Classificação

5,0

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