Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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NOVOS TITÃS # 44

1 dezembro 2008


Autores: Titãs da Costa Leste - Geoff Johns (texto), Tony S. Daniel (desenhos), Jonathan Glapion (arte-final), Richard Horie e Tanya Horie (cores);

Cientistas Loucos - Judd Winick (texto), Ron Randall, Pop Mhan (desenhos), Art Thibert, Steve Bird (arte-final) e Guy Major (cores);

O grande salto - Adam Beechen (texto) e Frazer Irving (arte e cores);

Sangue e Circuitos - Gail Simone (texto), Nicola Scott (desenhos), Doug Hazlewood (arte-final) e Hi-Fi (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Fevereiro de 2008

Sinopse: Titãs da Costa Leste - Num ataque aos Novos Titãs, um novo grupo de vilões mirins se revela: os Titãs da Costa Leste.

Cientistas Loucos - O Dr. Silvana explica seu plano de dominação mundial aos Renegados.

O grande salto - Às voltas com um gato e com um encontro romântico, Robin vai encontrar um desafio de outro mundo.

Sangue e Circuitos - Com a Contra-Espiã em ação, as Aves de Rapina correm perigo.

Positivo/Negativo: A capa e o hype em torno dos Titãs da Costa Leste faz parecer que o carro-chefe da revista é o grande destaque desta edição. Bobagem!

A julgar pelo começo do arco, trata-se de mais uma história calcada no velho clichê em que os heróis enfrentam versões sombrias de si mesmos. O mote é um clássico do gênero e há belos exemplos disso, como os bandidos ditadores da Terra-3 e o próprio Bizarro. Essas aventuras, porém, costumam pedir licença ao leitor para brincar com a realidade e desafiar as possibilidades.

Eis o principal problema dos recém-chegados Titãs da Costa Leste: eles são um espelho distorcido, sim, mas criado em um universo ficcional metido a realista, em que essas coincidências bisonhas não cabem muito bem. A sensação de inverossimilhança causada pelo boom de vilões mirins contamina a história do começo ao fim.

Pior que isso: ela vem na cola de um arco que apelava para uma idéia semelhante, em que praticamente todos os heróis da DC ganharam sidekicks mirins.

Desse jeito, fica difícil de levar fé na trama. Ainda assim, ao menos há um recurso para o qual Johns poderá apelar: todas essas versões juvenis podem ser conseqüência das realidades alteradas pela Crise Infinita. Seria uma saída.

O problema é que, até agora, não há nenhum indício concreto de que a explicação seja essa. Se há um segredo nisso tudo, seria bom que o autor o revelasse de uma vez: sem plantar as sementes antes, o final pode até vir a ser uma solução aceitável, mas o miolo da trama já estará apodrecido.

Diante das falhas do carro-chefe, quem brilha é Robin. O roteiro de Adam Beechen é leve e divertido, tem agilidade e combina perfeitamente com a arte excepcional de Frazer Irving. A primeira página, com o desenho de seis animais, mostra que vem, no mínimo, coisa muito diferente por aí.

A idéia deste arco, que continua na próxima edição, é retomar alguns conceitos da série Sete Soldados da Vitória, de Grant Morrison, em que Irving fez a arte de Klarion. Embora os indícios da presença do menino-bruxo estejam por toda a história, ele só dará as caras na última página. É curioso notar que, sem os compromissos de se relacionar a uma trama gigantesca e complexa, Klarion está mais solto - e se revela dono de um ótimo microcosmo a ser explorado pelos roteiristas.

Por fim, tanto Renegados quanto Aves de Rapina são títulos que costumam ser um fardo em Novos Titãs, mas, nesta edição, estão melhores. Embora não tenham nada de imperdível, as duas histórias abrem ganchos ótimos para serem explorados mais adiante.

E sempre vale a pena perguntar: a Lois Lane da página 91 não é a cara da atriz Margot Kidder, que viveu a namoradinha do Superman nos filmes dos anos 1970 e 1980?

Classificação:

4,0

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