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NOVOS TITÃS # 67

1 dezembro 2010

NOVOS TITÃS # 67

Editora: Panini Comics - Revista mensal

Autores: Reis & Peões (Teen Titans # 65) - Sean McKeever (texto), Eddie Barrows (desenhos), Ruy José (arte-final) e Rod Reis (cores);

A busca por um herói (Robin # 180, # 181) - Fabian Nicieza (texto), Freddie Williams II (arte) e Guy Major (cores);

Ninguém sai! (Titans # 8) - Judd Winick (texto), Howard Porter (desenhos), Wayne Faucher, Prentis Rollins (arte-final), Edgar Delgado e estúdio Hi-Fi (cores).

Preço: R$ 7,95

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Janeiro de 2010

 

Sinopse

Reis & Peões - Os Novos Titãs participam do combate final entre Lycus, filho de Ares, e sua tia Cassandra, a Moça-Maravilha.

A busca por um herói - Com Gotham à beira do caos, Robin reencontra um inimigo esquecido: Anarquia.

Ninguém sai! - Os Titãs estão presos em sua sede, e Jericó tomou a mente de um deles. Mas de quem?

Positivo/Negativo

O que acontece com Novos Titãs?

A revista simplesmente amornou há meses e não tem força para se mexer. Dos seus quatro títulos regulares, nenhum consegue se destacar.

Mesmo numa fase em que a DC voltou a apelar para os grandes crossovers, a revista parece ter um papel marginal. Quando participa, é de forma paralela.

Mas, ironicamente, os personagens são atingidos em cheio. Como é um título de heróis ligados a outros heróis, sempre há uma ou outra repercussão.

O carro-chefe, Novos Titãs, tem um problema antigo: seus personagens são especialmente problemáticos e sofrem muito. De dois anos pra cá, Superboy morreu; e perder um jovem colega de equipe não é fácil.

Pior: o superclone estava de caso com a Moça-Maravilha e era o melhor amigo de Robin. Só que os dois acabaram dando uns amassos durante o luto, numa onda de superar o trauma. Enquanto isso, acabaram se envolvendo com um clã que tentava ressuscitar Superboy. Dramático, não?

A coisa não para por aí. Nos últimos tempos, Demônio Vermelho se envolveu com forças do mal, o time encontrou uma versão futura e pouco bacana dele mesmo, o grupo foi traído por Granada, vários membros foram embora... Não falta motivo pra trauma.

E aí o leitor já sentiu o clima das histórias: é pesado à beça.

Num contexto complicado desses, o arco Reis & Peões, que acaba nesta edição, até se encerra bem. É uma boa aventura, em que a ação do roteiro acaba não dando espaço para muita reflexão. E sabe aquele papo de que cabeça vazia é oficina do diabo? Pois funciona aqui.

Com Lycus dando porrada de um lado e uma conspiração em torno de Granada do outro, Novos Titãs recupera um pouco da velha forma. A arte de Eddie Barrows colabora ao coreografar a pancadaria.

Outra história que começa bem é Ninguém Sai!, de Titãs - série nova, estrelada pelo time dos Novos Titãs da década de 1980, mas que ainda não disse a que veio.

Nesta edição, Winick tem uma boa sacada de jogar Jericó na cabeça de um dos integrantes e enclausurá-los na sede. Meio BBB, meio dinâmica de grupo, os Titãs precisam dar um jeito de se safar.

Pena que, na metade da trama, o roteirista acabe optando por uma saída mais fácil. E que o novo estilo de Howard Porter dê espaço para rostos tão duros, tão inexpressivos.

Mas o maior problema desta revista se chama Fabian Nicieza. Os leitores da Marvel já estão acostumados com o nome: por onde passou, o autor deixou um rastro de histórias ruins. Em suas mãos, Cable & Deadpool e Thunderbolts disputavam mês a mês o título de pior gibi da editora. Contratado pela DC (não pergunte por quê!), Nicieza já cometeu Submundo de Gotham.

Em Robin, conta com a arte competente de Freddie Williams, que trouxe a série até aqui. Mesmo assim, não adianta.

Nicieza mistura o sumiço de Batman com um Robin Vermelho (versão de Robin em O Reino do Amanhã), uma guerra de gangues, a volta do vilão Anarquia, a dupla Lince e Jaeger...

O roteiro vai, volta, se perde, não se reencontra e vira apenas uma sucessão de acontecimentos forçadamente interligados entre si. Como a HQ tem duas partes publicadas nesta edição, compromete meia revista.

Novos Titãs já é uma revista instável, com títulos complicados. Se tem algo que a publicação não precisa é de uma série de Nicieza. Mas ela está lá - e só desmotiva ainda mais a leitura.

Classificação:

4,0

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