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O GURI – FILHOTE DO DIÁRIO DA NOITE # 73

1 dezembro 2008


Autores: Sabidão e Bobalhão - (sem créditos);

Os Sobrinhos do Capitão - Harold Knerr (texto e arte);

Capitão América - Stan Lee (provável escritor) e Al Avison (arte);

Oliveira, o Trapalhão - (sem créditos);

Buck Rogers - Jack Calkins (roteiro e arte);

Dr. Hipino - Frank Thomas (texto e arte);

Homem-Bala - (sem créditos).

Preço: Cr$ 1,50 (preço da época)

Número de páginas: 64 (formato 25,5 X 18,5 cm)

Data de lançamento: 1º de junho de 1943

Sinopse: Revista Mix com personagens clássicos, histórias ingênuas,
bem escritas e desenhadas.

Em Dois amigos corajosos, os personagens Sabidão e Bobalhão se
vêem em apuros numa história infantil com uma casa mal assombrada.

O GURI – FILHOTE DO DIÁRIO DA NOITE # 73
Já em O Horror dos Mares, o Capitão América e Bucky encaram uma
aventura muito estranha com uma seita de homens subaquáticos.

Na história seguinte, Oliveira banca o Sherlock Holmes numa divertida
aventura. O herói trapalhão usa até golpes de capoeira para enfrentar
os bandidos e desvendar um crime.

Retirada das tiras de jornais, a aventura de Buck Rogers traz o personagem
de volta ao Século 20, no qual é tido como louco. A aventura mostra o
herói do espaço no início de uma aventura na época da Segunda Guerra Mundial.

A trama seguinte mostra o Dr. Hipno, hipnotista, psicologista, especialista
em doenças mentais e criminologista, um combatente do crime que, entre
outros poderes, tem a faculdade de transferir sua mente para animais.

Finalizando, uma aventura do Homem-Bala e da Moça-Bala combatendo o crime
como verdadeiros projéteis humanos.

Positivo/Negativo: Esta revista marca a estréia no Brasil de um
dos mais importantes personagens da Marvel, o Capitão América.

O GURI – FILHOTE DO DIÁRIO DA NOITE # 73
Criado por Joe Simon e Jack Kirby, sua estréia nos Estados Unidos se deu
em março de 1941, na revista Captain America Comics # 1 na editora
Timely Comics, predecessora da Marvel. A primeira aparição
do alter ego de Steve Rogers na chamada Era de Prata se deu na revista
Avengers # 4 (1964). No Brasil, essa história foi publicada pela
Ebal, pela Bloch, pela Abril e, mais recentemente,
pela Panini.

O Capitão América foi um dos heróis a levantar a bandeira do patriotismo
norte-americano, enfrentando todos os inimigos da América durante a Segunda
Guerra Mundial - em seus gibis, chegou a esmurrar Hitler, Mussolini e
Hiroito. Mas, terminado o conflito, o herói perdeu seu brilho e foi "congelado"
até que resolveram lhe dar mais uma chance.

Embora não seja o primeiro super-herói patriótico (The Shield,
possivelmente, tenha sido o primeiro), foi o Capitão América que se tornou
o mais famoso personagem a vestir as cores da bandeira norte-americana.

Na época, a MLJ (hoje Archie Comics), que publicava The
Shield
, ameaçou processar a Timely por plágio, e só não o fez
porque Martin Goodman, o dono da editora concorrente, concordou em modificar
o escudo triangular do personagem (muito similar ao usado pelo seu antecessor),
para
o atual modelo circular
.

O mote do personagem é baseado no ideal americano de que todos podem ser
o que quiserem, desde que lutem por seus sonhos. Sua história é baseada
no desejo do jovem Steve Rogers de servir à pátria. Impossibilitado de
conseguir ir à guerra por ter um físico franzino, ele se submete a experimentos
químicos com exposição à radiação que o transforma num super soldado,
atlético, forte e muito ágil.

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O experimento fazia parte do plano de desenvolver o "Soro do super soldado"
para os EUA e, assim, por fim à guerra. No entanto, um espião inimigo
sabota o laboratório, mata o cientista e frustra o projeto, tornando o
Capitão América o único "fruto" do projeto.

Estranhamente, essa origem, muito popular na época, encontrou muitos críticos
nos tempos modernos. Segundo eles, não era aceitável um herói americano,
ídolo e referencial para as crianças ter recorrido a substâncias químicas
para melhorar seu desempenho físico. Seria o mesmo que estimular o doping.

Os puritanos, hipócritas, resolveram, então, retirar todo o sangue do
herói e substituí-lo por um sangue sem o soro. Assim, o Capitão América
passaria a depender unicamente de seu treinamento para manter suas capacidades
atléticas.

A Timely Comics foi fundada nos anos 30, passando por várias mudanças
de direção e até mesmo de nome. Iniciou suas publicações em 1939 com o
primeiro número da revista Marvel Comics, no qual se deram as primeiras
aparições dos super-heróis Namor e Tocha Humana.

Durante a década de 1940, a Timely iniciou a publicação do Capitão
América. A chegada dos anos 50 trouxe vários problemas para as editoras
de HQs. Nesse período difícil, a editora era conhecida como Atlas Comics
ou Timely/Atlas, pois a Atlas passou a fazer a distribuição
das revistas e, por vezes, saía apenas o seu nome nas capas.

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Ironicamente, só no final dos anos 50 e graças à ajuda da concorrente
DC, que ajudou na distribuição das HQs, a Marvel voltou
a se reerguer.

Ainda no final dos anos 50 e início dos 60, a DC conseguiu alavancar
o mercado das HQs com os super-heróis, a receita foi seguida e por vezes
melhorada pela Timely/Atlas/Marvel.

A história O horror dos mares, apresentada nesta revista, foi originalmente
publicada em Captain America Comics # 16 (Julho de 1942) e relançada
em 2005 em Marvel Visionaries Volume 1: Stan Lee.

A Marvel vem fazendo um excelente trabalho de resgate das revistas
da era Timely. A Capitain America Comics está recebendo
tratamento de luxo e já foram publicados dois encadernados com as oito
primeiras histórias do herói em Marvel Masterworks Golden Age Captain
America # 1
e # 2.

Curiosamente, o primeiro trabalho de Stan Lee publicado em HQs foi justamente
uma história do Sentinela da Liberdade, em Captain America Comics #
3
, de maio de 1941. A edição não tem nada de fabuloso, mas marca uma
mudança no personagem que até então tinha um escudo com formato de brasão,
substituído pelo modelo circular e "ricocheteante".

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Nesta edição, aparece ainda um dos personagens mais aclamados: Buck
Rogers
, de Philip Nowlan (textos) e Dick Calkins (desenhos). Adaptada
para as tiras de jornais em 7 de janeiro de 1929, no jornal americano
Corrier Press, é reconhecida como a primeira HQ de ficção científica.

Buck Rogers apareceu pela primeira vez no conto Armageddon 2419 A.D.,
de autoria do próprio Nowlan. Piloto e tenente da Força Aérea Americana,
ele é o herói americano e terrestre do século XXV.

Esta é uma revista extremamente rara, digna de qualquer coleção. Apesar
do MIX de personagens extremamente variado, o que desagrada a alguns puristas,
é uma edição divertida e de caráter histórico.

* Agradecimentos ao colecionador Jorge Barwinkel, que gentilmente cedeu
uma cópia da revista para esta resenha.

Classificação:

4,0

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