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O INSPETOR # 3

1 dezembro 2011

O INSPETOR # 3

Editora: Abril - Revista bimestral

Autores: Não creditados.

Preço: Cr$ 7,00 (preço da época)

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Agosto de 1978

 

Sinopse

Oito histórias em quadrinhos estreladas pelo Inspetor Vivaldo e a Pantera Cor-de-Rosa.

Positivo/Negativo

Em 1963, quando chegou aos cinemas o filme A Pantera Cor-de-Rosa, dirigido por Blake Edwards, com o ator Peter Sellers no papel principal, interpretando o atrapalhado inspetor de polícia francês Jacques Clouseau, o mundo do entretenimento não ganhou apenas uma divertida comédia que se tornou referência na cultura pop e eternizou seu tema musical como um dos mais famosos e reproduzidos em todos os tempos.

A abertura do filme, produzida na forma de desenho animado, mostrou pela primeira vez a esperta Pantera Cor-de-Rosa - que representava o diamante de mesmo nome, em torno do qual a história do longa-metragem se desenvolvia -, personagem que virou sucesso imediato e, pouco depois, além de ganhar sua própria série animada, chegou às tiras de quadrinhos e aos gibis.

Em seguida, o impagável Inspetor Clouseau estreou nos desenhos animados e nos quadrinhos, com um visual um pouco diferente do visto na abertura dos filmes da série de cinema, mas ainda inspirado na caracterização de Peter Sellers.

No Brasil, o personagem foi batizado como Inspetor Vivaldo e frequentou mensalmente, em histórias próprias, as páginas do gibi A Pantera Cor-de-Rosa, publicado pela Editora Abril, de 1973 a 1988.

Apesar de nunca ter contracenado com a pantera nas histórias em quadrinhos (não confundi-lo com o baixote narigudo que sempre nelas aparecia) - exceção feita às gags que protagonizava ao lado dela nas capas dos gibis -, ele estampava seu nome nos títulos dos almanaques especiais que, por aqui, dividia com o felino rosado. Nos Estados Unidos, pela Gold Key Comics, os nomes dos dois sempre apareciam juntos, em todas as publicações, especiais ou não.

E em abril de 1978, a exemplo do que acontecera nos EUA anos antes, finalmente o Inspetor Vivaldo estrelou seu título regular no Brasil. Foram apenas quatro edições bimestrais, em formatinho.

No gibi, os papéis se invertiam: era a pantera que virava visitante das páginas da revista, estrelando uma ou duas histórias.

Nesta edição, apenas uma das duas aventuras da Pantera Cor-de-Rosa - todas produzidas no Brasil - merece atenção. Quem garante a diversão, de fato, é o "dono da casa".

Destacando O caso dos bustos desaparecidos, O matador de charadas e Fuga fantástica, desenhadas por Warren Tufts (1925 - 1982), responsável pela ótima e inconfundível arte da maioria das histórias do investigador trapalhão, o gibi traz o Inspetor Vivaldo em plena expressão de sua personalidade, mostrando-se atrapalhado, "desligado", inoportuno, metido a gênio dedutivo e, apesar de tudo isso, resolvendo no final os mistérios que pareciam insolúveis, via de regra com a ajuda de golpes de sorte.

As HQs do personagem tinham como característica o uso abundante de recordatórios em que o inspetor narrava os casos em primeira pessoa. Na maioria das vezes, ele empregava nessa narrativa o artifício de omitir suas mancadas ao descrever ações ou pensamentos completamente diferentes das lambanças que as cenas cômicas mostravam.

Isso não é mais novidade nos quadrinhos detetivescos de humor - vide as aventuras da Agência Moleza, com Zé Carioca e Nestor, e as de Leo Pulp, só para citar alguns exemplos. Mas vale registrar que as HQs do Inspetor Vivaldo foram algumas das primeiras a usar esse recurso.

Os quadrinhos do Inspetor e da Pantera Cor-de-Rosa deixaram de ser produzidos em 1987. Ensaiaram uma volta em 1993, quando a Harvey Comics publicou oito HQs com os personagens, mas ficou só nisso.

Os dois retornaram às tiras de jornal em 2006, pelo syndicate Tribune Media, com aventuras escritas e desenhadas pelos irmãos Bill e Eric Teitelbaum. Em 2009, novamente saíram de cena.

Esta edição de O Inspetor traz ainda uma curiosidade. Na quarta capa, uma propaganda das fitas adesivas escolares Scotch não titubeia em dizer aos estudantes que o produto "é como você gostaria de ficar quando está 'colando': invisível".

Bons tempos em que ninguém sabia muito bem o que significava a expressão "politicamente incorreto".

Classificação:

4,0

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