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O PEQUENO PRÍNCIPE

2 outubro 2009

Autor: Joann Sfar (texto e arte).

Preço: R$ 39,90

Número de páginas: 112

Data de lançamento: Dezembro de 2008

Sinopse: Adaptação para os quadrinhos do clássico do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry.

Na história, um piloto de avião perdido no deserto encontra um menino misterioso, que está descobrindo o universo.

Positivo/Negativo: "Qualquer adaptação bem-sucedida é uma revelação", diz o texto no qual a importante revista literária francesa Lire anuncia que concedeu a este O Pequeno Príncipe o título de melhor álbum de quadrinhos de 2008.

A seleção é de respeito: foi feita no coração do agitadíssimo mercado franco-belga, que prima por qualidade, mas também é caracterizado pelo volume monumental de lançamentos.

Mas chama a atenção o argumento que a publicação usou, de que o trabalho de Sfar na obra é revelador. Porque é isso mesmo.

O PEQUENO PRÍNCIPEJoann
Sfar (de O
gato do rabino
) é um quadrinhista importante no cenário europeu,
que une uma arte profundamente expressiva com um texto encantador. Mais
que isso, é um artista com uma linha estética vigorosa e uma visão de
mundo muito própria. E é por isso que faz diferença ao contar, mais uma
vez, a história célebre de Saint-Exupéry - que, por sinal, já teve até
versão para o teatro no Brasil protagonizada por uma Luana Piovani de
cabelo joãozinho.
Sfar não se limita apenas a recontar a história, mas forra o encontro do aviador com o menino com o estofo feito pelo seu trabalho.

O que se tem não é mais o famoso principezinho aquarelado do autor francês, mas um menino de traços fortes, cabelos sempre esvoaçantes e olhos grandes, imensos - que, diferentemente do Lobo da Chapeuzinho Vermelho, não são pra enxergar, e sim pra inquirir melhor, pra investigar, porque ele é, afinal, um explorador de lugares e gente.

A presença de Sfar no álbum é tão grande, que o quadrinhista quase se materializa no deserto. A narração do texto, afinal, ainda cabe ao piloto, considerado um alter ego de Saint-Exupéry, mas o que a análise da arte entrega é que, na versão em quadrinhos, há um terceiro ponto de vista nos desenhos. É como se Sfar estivesse acompanhando o encontro in loco, como se ocupasse uma duna à espreita. E como se ele se escondesse atrás de um meteoro para observar os planetinhas visitados pelo menino.

Ao se fazer de voyeur, Sfar, ainda bem, tem o leitor como convidado. Inclusive o brasileiro - graças à agilidade da Agir em trazer o álbum para o Brasil apenas alguns meses após seu lançamento original.

 

Classificação:

4,0

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