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O RETORNO DO SUPER-HOMEM # 2

1 dezembro 2006


Título: O RETORNO DO SUPER-HOMEM # 2 (Editora Abril) - Minissérie em três partes

Autores: Roger Stern, Dan Jurgens, Karl Kesel e Louise Simonson (roteiro), Dan Jurgens, Tom Grummet, Jon Bogdanove e Jackson Guice (desenhos) e Bret Breeding, Dennis Janke, Doug Hazlewood e Denis Rodier (arte-final).

Preço: R$ 2,95

Número de páginas: 160

Data de lançamento: Outubro de 1994

Sinopse: Acontece o inevitável quando os quatro superseres que clamam ser o Super-Homem começam a cruzar o caminho uns dos outros, deixando um rastro de destruição.

Em meio ao caos e à divisão de opinião pública, um deles se revela o líder de uma armada alienígena com planos de conquista da Terra e começa sua impiedosa marcha obliterando a cidade natal do Lanterna Verde Hal Jordan, Coast City.

Cabe aos três heróis restantes superar suas diferenças e investir contra o perigoso inimigo, além de se confrontarem, finalmente, com a verdade sobre qual deles é Kal-El ressuscitado.

Enquanto isso, Metrópolis é alvo da disputa entre duas facções dos Adoradores do Super-Homem, divididos entre os seguidores do Superciborgue e do Último Filho de Krypton.

Positivo/Negativo: Depois de uma ótima primeira
edição
, na qual os quatro Super-Homens são apresentados ao público
e encaram suas primeiras missões, o segundo número parte para uma sucessão
vertiginosa de combates entre os personagens, intercalada por diversas
revelações surpreendentes que fazem a revista ser lida de forma rápida
e ávida.
Novamente, as quatro equipes criativas acertam em cheio e, ao ler as histórias (são seis aventuras compiladas), fica claro o entrosamento que havia entre elas na época. Era uma característica marcante desse período, que fazia das revistas versão em quadrinhos de um seriado ou novela norte-americana, com episódios semanais, cada um trazendo reviravoltas e extensões de uma trama que, aparentemente, não tinha fim.

A grande reviravolta fica pela surpreendente revelação de que um dos Super-Homens é, na verdade, o líder de uma frota de invasão chefiada por Mongul, antigo inimigo do verdadeiro Kal-El, e a destruição de Coast City pela dupla.

O evento mostra como os efeitos da saga iriam ainda se expandir durante anos no Universo DC, pois foi este fato foi o catalisador da queda do Lanterna Verde Hal Jordan e teve sua mais recente repercussão no começo do ano, na minissérie Renascimento, lançada pela Panini.

Os roteiristas são bastante felizes nas duas histórias que mostram a destruição de Coast City e a revelação do traidor, mostrando toda sua impiedade e dando um sentido realmente trágico à perda de uma das mais importantes cidades fictícias da editora.

Jon Bogdanove consegue ajustar seu traço e não desenha o Superboy como fosse um adulto com rosto de criança, falha cometida repetidamente na primeira edição. Mas sua Supermoça continua parecendo uma boneca Barbie.

Fica a cargo dele também a primeira aparição do novo visual do Super-Homem, com cabelos longos. E aqui cabe a pergunta: qual a explicação para o crescimento das madeixas do herói em apenas poucas horas? Teria sido pelo "banho" no líquido de imersão usado pela armadura kryptoniana? Os autores não se preocuparam em esclarecer isso e nem os fãs ligaram muito na época.

A volta do alienígena Mongul para o arco final é outro acerto das equipes criativas. E não apenas isso, pois catapultam o gigante pela primeira vez, desde sua primeira aparição pós-Crise, para o rol dos grandes vilões da DC, onde se destacaria nos anos seguintes por confrontos com Kyle Rayner, o então novo (e único) Lanterna Verde.

Fora isso, ainda acontece a bombástica e aguardada volta do verdadeiro Super-Homem e a revelação de sua identidade pega todos de surpresa, derrubando por terra várias teorias e hipóteses que vinham sendo traçadas em torno dos quatro "substitutos".

Detalhes sobre sua volta são guardados para a
última edição
. De quebra, ainda é mostrada a verdade sobre um dos
três novos heróis, conectando-o a uma das melhores sagas pós-Crise
vividas pelo Homem de Aço.
Roger Stern é extremamente feliz na forma como intercala a explicação de sua "origem" aos acontecimentos que se sucedem, apresentando o personagem que assumiu o "S" para os novatos.

Como curiosidade, ainda existe uma seqüência que mostra o game The Death of Superman, lançado na época para as plataformas de 16-bits SNes e Gênesis, sendo jogado pelo Superboy.

A Abril continuou o belo trabalho editorial e ainda acertou em cheio na composição da capa, enfocando apenas o rosto do Super-Homem sobre um fundo preto e o enigmático dizer "O Verdadeiro?" no rodapé.

Uma grande edição que, assim como O Império Contra-Ataca, não tem começo nem fim, abordando eventos intermediários dentro da grande saga, mas consegue manter o fôlego do primeiro número. Se não pelo ineditismo dos quatro novos heróis (elemento-chave na edição anterior), por presentear o leitor com a resposta para alguns dos enigmas que vinham os afligindo havia meses.

O caminho para o último número foi muito bem pavimentado.

 

Classificação:

4,0

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