Esta adaptação para quadrinhos do livro de Lima Barreto integra a coleção Literatura brasileira em quadrinhos, lançada em 2008 pela Escala Educacional, com o objetivo de emplacar essas versões como material didático em escolas.

São os mesmo livros lançados nas bancas semanalmente, a partir de março de 2010, numa promoção com o jornal carioca Extra. Mas, apesar de ser uma iniciativa louvável da editora, a empreitada começa com um tremendo tiro no pé.

Este primeiro volume (ainda sairão outros nove) apresenta uma adaptação muito
ruim. A história se desenvolve rápido demais, surgem vários personagens
e pouco é explicado sobre suas motivações, as relações entre eles ou qual
sua ligação com o protagonista.

A arte também não ajuda. Os traços são simples demais e, algumas vezes, toscos até. A colorização seguiu uma paleta de tons restrita - muitas vezes há personagens monocromáticos. Mesmo que esse efeito tenha sido usado para realçar o período histórico em que se passa a trama, o resultado é aquém do esperado.

Difícil achar este O triste fim de Policarpo Quaresma ajude a despertar o interesse das crianças pela leitura dos clássicos de nossa literatura. Afinal, que criança ou pré-adolescente hoje, com acesso a computador com internet, videogames e televisão, vai curtir uma história mal desenhada, com roteiro confuso e com temas como positivismo, república, reforma agrária e nacionalismo ufanista? Ainda mais sem uma notinha de rodapé sequer para ajudar na compreensão?

Assim, fica difícil. Ainda mais quando os concorrentes são títulos como Harry Potter e Crepúsculo.