Em Obergeist, da Top Cow, o roteirista Dan Jolley parte de um dos temas mais sombrios e interessantes da guerra: as terríveis experiências médicas nazistas, para criar a história de um médico que viaja no tempo.

Apesar de começar bem, mostrando o doutor Jurgen Steinholtz na Segunda Guerra, o roteiro fica mirabolante demais e perde o rumo.

As coisas começam a degringolar quando Jurgen morre, acaba voltando à vida depois de entrar em contato com uma divindade, ganha superpoderes, passeia pelo inferno, pelo céu e acaba em um futuro controlado pela política.

Para piorar, Jolley enche a narrativa de flashbacks, que só confundem ainda mais o leitor.

A HQ só não é um desastre completo graças à arte de Tony Harris. São páginas duplas matadoras, cores exuberantes (os tons fortes dos flashbacks são demais) e uma mistura de referências que merece ser conferida.

A edição está caprichada, com texto introdutório de Bruce Campbell, galeria de capas alternativas e rascunhos de Harris, tudo em quase 180 páginas e um preço convidativo.

Ainda assim, é decepcionante ver como um tema tão interessante é tão mal aproveitado.