Título: OS MAIORES CLÁSSICOS DO DEMOLIDOR DE FRANK MILLER - VOLUME II (Panini Comics)

Autores: Frank Miller (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 14,90

Número de páginas: 160

Data de lançamento: Dezembro de 2003

Sinopse: Sob o comando de Frank Miller, mais sete aventuras, de setembro de 1981 a março de 1982, que levam o Demolidor a encarar Elektra, enfrentar os ninjas do Tentáculo, lidar com as crise de ciúmes de Heather, administrar a falta de auto-estima do sócio e amigo Franklin Nelson, combater novos golpes e contragolpes do Rei do Crime, sofrer um duro aprendizado nas mãos do mestre Stick, aliar-se ao repórter Ben Urich e,ainda por cima, desafiar a temível dupla Tucão e Mongol.

Positivo/Negativo : Se o leitor deste review tiver menos de 30 anos, pegue com alguém uma seleção do melhor som new wave, ponha o fone de ouvido e transporte-se ao começo dos anos 80, quando a cultura pop sofria interessante transformação (como aquelas provocadas pelas gravadoras independentes da Inglaterra e, simultaneamente, outras motivadas pela revolução tecnológica que levariam VCRs e PCs para os lares), e um grande talento começava a ganhar merecida projeção: Frank Miller.

No primeiro volume de Os Maiores Clássicos do Demolidor de Frank Miller, o jovem leitor não só entendeu por que esta HQ escapou do risco de cancelamento, mas também o quanto Miller colaborou para criação da legenda do Demolidor.

Neste segundo volume, lê-se aventuras nas quais Miller faz barba, cabelo e bigode! Naqueles anos, o homem foi o manda-chuva. Percebe-se facilmente o poder conquistado por ele: os roteiros são permeados de um humor que beira o corrosivo (uma temeridade para os padrões Marvel); Luke Cage e Punho de Ferro são reduzidos a coadjuvantes patéticos; o próprio Demolidor comete erros que jamais figurariam na páginas da "Casa das Idéias" em outro momento (um super-herói com um pé engessado e usando muleta?); Tucão e Mongol formam uma dupla até hoje insuperável e merece lugar de destaque na galeria dos antagonistas "zé-manés"; e, o mais importante, Elektra nunca mais foi retratada com tanto apuro e coragem como um assassina fria e contraditória.

As seqüências de ação são de uma economia que só comprovam a máxima minimalista: menos é mais!

Para ganhar a atenção dos leitores, Miller, ao contrário de que se vê hoje, cria seqüências de combate, e não uma ou duas páginas para ilustrar o golpe ou a queda do personagem.

Não há quebra narrativa para a ação, os quadrinhos lá estão para dar continuidade a uma história que é contada por diálogos ou golpes que se harmonizam e se equilibram, para produzir uma síntese rara, o que revela, da parte de Miller, um profundo conhecimento da obra do mestre Will Eisner.

E para ilustrar as teses defendidas aqui, fique atento ao perfeito domínio da linguagem, à verdadeira aula de HQ que o autor dá nas páginas 118 e 119 da presente edição.

E pensar que ele, alguns anos depois, ainda escreveria e desenharia um gibi chamado Batman - Cavaleiro as Trevas!

Muito obrigado, Panini! Apenas não demore mais quase seis meses para lançar Os Maiores Clássicos do Demolidor de Frank Miller - Volume III!