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OS MAIORES CLÁSSICOS DOS X-MEN # 5

1 dezembro 2008


Autores: Dennis O'Neil (só na última história) e Roy Thomas (texto), Neal Adams (desenhos) e Tom Palmer (arte-final).

Preço: R$ 22,90

Número de páginas: 184

Data de lançamento: Abril de 2008

Sinopse: Os cinco X-Men originais vêem surgir o Monólito Vivo, enfrentam Sauron e os Sentinelas e reencontram seu antigo e mais poderoso algoz: Magneto.

Positivo/Negativo: No que diz respeito aos clássicos dos super-heróis, o trabalho da editora italiana Panini vem colecionando méritos inquestionáveis. Grandes histórias, até então acessíveis apenas (e olhe lá!) em sebos e importadores voltaram às bancas e, aos poucos, vão ocupando espaço nas prateleiras das livrarias.

Apesar de uma ou outra tranqueira eventual, o nível da seleção é alto. Muitas vezes, o material é raro, incluindo coisas que os leitores tinham perdido as esperanças de ver no Brasil.

Esta edição é um exemplo dessas raridades que acabaram dando as caras nas bancas. Embora não tenham o perfil de best-sellers, são nove histórias cheias de motivos para serem chamadas de clássicos.

Para os X-Men, elas têm uma importância histórica. Estão entre as últimas aventuras inéditas produzidas antes de a revista dos mutantes ser suspensa e, mais tarde, ocupada por republicações - que tomaram o título até que Chris Claremont assumiu as rédeas.

O álbum, que vai do número # 53 ao # 65, só não contempla Uncanny X-Men # 64 (desenhada por Don Heck) e # 66 (de Sal Buscema). O motivo é simples: as páginas são dedicadas a Neal Adams, um dos grandes artistas de super-heróis.

O desenhista ainda não tinha atingido seu auge, mas, com poucos trabalhos (como Desafiador, pela concorrente DC Comics), já chamava a atenção dos fãs na época.

Este X-Men não é um marco central na carreira do desenhista, que teria mais sucesso com Batman e a fase em que Lanterna Verde e Arqueiro Verde atuaram juntos. Mas, ainda assim, é um trabalho memorável. Adams é profundamente inventivo, traz quadros relativamente ousados e tem diagramação de quadros dinâmica. O resultado sempre vale a pena e, às vezes, chega a ser brilhante.

Os roteiros de Roy Thomas também são um destaque no álbum. As contribuições para a mitologia dos X-Men é rica e constante, algo que, passados quase 40 anos, tornou-se raro de se ver nas agora preguiçosas HQs mutantes.

Assim como a Panini leva os louros da publicação do álbum, cabe à editora conviver com seus defeitos. Ao longo do título, há um punhado de pequenos erros.

Por exemplo: no sumário, as edições # 59 e # 60 saíram com a indicação de publicação original errada: o correto é 1969, naturalmente, e não 1965. A mesma seção diz que a última história saiu em X-Men # 64 - na verdade, como o próprio álbum involuntariamente corrige mais adiante, é a # 65. No miolo, há outros deslizes com o português e até mesmo a digitação.

Além de investir em uma revisão mais zelosa, a Panini poderia ter mais cuidado com a edição como um todo.

Afinal, as histórias desenhadas por Neal Adams estão prestes a completar 40 anos. E mais: se inserem na mitologia mutante, notoriamente complexa, confusa e cheia de furos. No mundo da cronologia dos super-heróis, sempre vale insistir num velho adágio: contexto é tudo.

Apesar disso, o álbum não tem um texto introdutório sequer. Com a exceção de um punhado de notas de rodapé com informações mixurucas, ainda que cabíveis, não há nenhum esforço em situar os leitores no contexto da trama. A chance de o leitor começar o álbum boiando é imensa. São poucos os nortes para quem tenta se achar.

Classificação:

4,0

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