Autores: Os Novos Vingadores - Brian M. Bendis (roteiro) e Leinil Yu (desenhos);

Capitão América - Ed Brubaker (roteiro) e Mike Perkins (arte);

Os Novos Vingadores - Illuminati - Brian M. Bendis, Brian Reed (roteiro) e Jim Cheung (desenhos);

Miss Marvel - Brian Reed (roteiro), Roberto De La Torre e Patrick Zircher (desenhos).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Maio de 2008

Sinopse: Os Novos Vingadores - O grupo de rebeldes ganha mais um reforço: Gavião Arqueiro, que continua sua busca por um lugar no mundo. Depois, no Japão, Elektra arma um grande golpe contra os heróis.

Capitão América - Sharon ainda está se atormentando pela morte do Capitão América. Enquanto isso, Bucky põe em ação um plano para vingar o velho amigo.

Illuminati - Noh-Varr, também conhecido como Marvel Boy, um Kree de outra dimensão, caiu na Terra anos atrás e tentou dominá-la. Após fracassar, foi levado à prisão secreta conhecida como o Cubo e agora receberá uma visita dos Illuminati.

Miss Marvel - A luta contra Flagelus é mais difícil do que Carol poderia imaginar e, no meio da confusão, sua jovem pupila, Araña, corre sérios riscos.

Positivo/Negativo: Escrever uma longa história em quadrinhos é uma arte cada vez mais rara num mercado que exige arcos compactos de seis ou, no máximo, doze partes. São poucos os roteiristas que hoje conseguem se destacar e ganhar espaço trabalhando uma trama extensa.

Mais complicado do que isso é esquadrinhar toda essa trama em pequenos arcos de seis partes para atender questões comerciais, como a publicação de posteriores encadernados.

Assim, artistas como Brubaker e Bendis, que têm a habilidade de criar arcos que funcionam individualmente e, ao mesmo tempo, se interliguem a ponto de formar uma história bem maior e mais complexa, fazem muita falta na indústria dos quadrinhos de super-heróis.

Somente um escritor com boa visão a longo prazo, como Brubaker, poderia sustentar tão bem uma revista em que o personagem principal é assassinado. Ele fez isso simplesmente trabalhando um bom elenco de apoio, centrado em Sharon Carter e no Bucky, e agora está colhendo os frutos.

Mesmo sem o Capitão, a revista permanece interessante. Com um bom ritmo, faz os leitores sentirem como o herói faz falta, mas deixa claro que a vida daqueles próximos a eles, tanto amigos quanto inimigos, continua.

Na seqüência, Os Novos Vingadores, de Bendis, não só colhe os frutos que plantou tempos atrás, como integra a história de outras revistas. Em uma tacada só, o autor amarra a trama de Maya Lopez, a Eco, com a situação atual do Tentáculo, liderado por Elektra, além da suspeita de corrupção na S.H.I.E.L.D. Como se não bastasse, o autor acomodou o Gavião Arqueiro, um personagem que teve suas idas e vindas desde que os Vingadores foram debandados.

O clima continua muito bom. É uma revista que mantém uma grande expectativa no leitor. Mesmo com o trabalho cheio de altos e baixos de Leinil Yu, que se pauta demais pelo excesso visual.

Outro investimento a longo prazo de Bendis é a série Vingadores - Illuminati. A diferença é que aqui o roteirista está armando algo bem mais pretensioso. A série tem viajado por vários momentos da cronologia da Marvel e deixado certas pontas soltas que, cedo ou tarde, voltarão para assombrar esse grupo de superseres.

É interessante notar que esta foi a primeira edição em que o grupo é retratado de forma fragilizada. Todas as missões até agora se mostraram longe do sucesso e a boa intenção do grupo não gerou resultados positivos. Mas pior do que isso fissuras internas na equipe, que poderão levá-la a sérios problemas no futuro.

Note a capa desta edição, na qual são mostradas mulheres que deveriam ser as "caras metades" dos Illuminati. Além de uma série de escolhas complicadas, existe a chamativa questão de serem seis Illuminati e apenas cinco mulheres, pois uma delas é Sue Richards, que é a paixão declarada de Namor, mesmo sendo casada com Reed Richards.

Além da discussão sobre as mulheres, esta edição retoma um personagem que voltou à cena durante a Guerra Civil: Noh-Varr, ou Marvel Boy. Ele foi originalmente criado por Grant Morrison, numa minissérie publicada no Brasil pela Mythos.

Em Os Novos Vingadores # 52, tentam convencer o personagem a se tornar um herói e desistir de seus planos de conquista. Como sempre, não fica muito claro se deu certo, mas o clima da história é interessante.

A história mais fraca do mix é Miss Marvel. A edição, focada na luta dela com Flagelus, até tem bons momentos, quando o vilão ataca a jovem Araña e provoca a fúria de Carol. Mas o que estraga é a arte. Parece que Roberto De La Torre perdeu a mão e Patrick Zircher não ajudou em nada para melhorar o visual, que ficou confuso e excessivamente escuro.

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