O mundo não para de surpreender. De repente, as coisas mudam de lugar e se transformam. Às vezes, se transformam completamente. Desde eventos muito importantes até algo simples, como a expectativa em relação a uma revista mensal de quadrinhos. E esta Os Novos Vingadores exemplifica essa ideia.

Alguns meses atrás, esse mix era dos mais interessantes da Marvel nas bancas. Isso foi um pouco antes da série Capitão América - Renascimento engrenar e de J. Michael Straczynski perder a mão em seu Thor.

Esta edição traz o fecho do retorno de Steve Rogers e a definição dos papéis que ele e Bucky Barnes terão no universo Marvel daqui por diante. Apesar de significativa, a história é bem mais fraca que o material médio do roteirista Ed Brubaker pro "bandeiroso".

Ao final, um gancho pra próxima megassaga da editora: O cerco. A equipe de arte cumpre seu papel de modo digno, por mais que não empolgue muito.

A história seguinte é um tapa-buraco de causar vergonha. É de se perguntar por que a Panini optou por uma aventura tão ruim para cobrir essas oito páginas.

É uma trama do Homem de Ferro em que tudo está errado: o roteiro é infantil, baseado em uma vingança de colégio; a arte é bastante fraca; o desfecho precipitado; e o pressuposto, errado. Afinal, se fosse tão fácil invadir o sistema da armadura de Stark, ele não conseguiria ser um super-herói.

Fecha a edição uma história mais longa de Os Novos Vingadores, que se relaciona diretamente com a trama da revista mensal.

Quanto ao roteiro, a típica história de ação de Brian Michael Bendis: um resgate, um plano que consiste em mandar pessoas pro lugar errado e muito quebra-pau.

A arte ultrarrealista de Mike Mayhew acaba se mostrando pouco adequada para as cenas de ação. Basta que o leitor compare as cenas de diálogo com os combates.

Para a próxima edição, o começo de O cerco é a esperança de que o mundo gire de novo e largue esta revista em um lugar melhor.