Título: PIRATAS DO TIETÊ # 1 - A ESCÓRIA EM QUADRINHOS (L±
Editores) - Edição especial

Autor: Laerte (texto e arte).

Preço: R$ 9,00

Número de páginas: 112

Data de lançamento: Maio de 2006

Sinopse: Coletânea de tiras da série Piratas do Tietê.

Positivo/Negativo: Laerte é um dos hábeis e versáteis quadrinhistas brasileiros. Ele criou uma galeria de personagens impagáveis, para os mais diferentes públicos. E vários deles ganharam coletâneas nos últimos anos, como Hugo, Suriá, a série Classificados, Os Gatos, Overman (todos pela Devir) e Deus (pela Olho D'Água). Mas faltavam os Piratas do Tietê, resgatados neste livro de bolso da L±.

Talvez eles merecessem sair num álbum mais encorpado, com tiras mescladas a HQs, mas a verdade é que a bem-produzida edição serve para matar a saudade dos pirados bucaneiros. Apesar de ser estranho virar as páginas de baixo para cima, com a lombada do livro para cima.

Em Piratas do Tietê, Laerte deita e rola, criando situações tão engraçadas quanto estapafúrdias. As tiras trazem verdadeiros banhos de sangue (nem crianças escapam), mostram os peculiares modos de um pirata conquistar uma mulher, brincam com homossexualismo e muito mais. Sempre com boas piadas e regadas a rum, claro.

Neste primeiro livro há passagens hilárias, como os piratas dentro de um ônibus lotado, as aparições do jacaré do Tietê e o Capitão dando aula no jardim da infância, encarando o papai Noel num duelo ou esganando sua secretária... eletrônica. Além disso, há "participações especiais" (se ferrando, lógico) de personagens famosos no mundo do merchandising, como Wally, Hello Kitty e Sonic.

Também merecem destaque as seqüências Meu Pirata Inesquecível, Capitão, uma Paixão - Autobiografic Novel, Sindirata - Sindicato dos Piratas, Bucaneiros, Flibusteiros e Corsários em geral da Região Metropolitana e as tiras de Silver Joe, o caçador de piratas, que tem uma filha tarada justamente pelos seus inimigos.

O final do livro traz outro grande momento: o julgamento do Capitão e uma seqüência que mostra sua versão baby (já de barba), mostrando que é de pequeno que se aprende!

Não bastasse o humor, Laerte ainda dá uma aula de quadrinhos. Mesmo em espaços tão pequenos, ele trabalha muito bem com luz e sombras e brinca com enquadramentos e planos de forma que vários desenhistas, numa página A4, não conseguem fazer.

Ponto para a L± não só por trazer Piratas do Tietê de volta e apresentá-los a muitos leitores que só tinham ouvido falar da série, mas por resgatar um formato quase abandonado pelo mercado, por um preço que, sem trocadilho, cabe no bolso. E só pra constar: em janeiro de 2007 (menos de um ano após seu lançamento), este livro já ganhou sua segunda impressão.