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PUNISHER MAX – NAKED KILL

1 dezembro 2010

PUNISHER MAX - NAKED KILL

Editora: (Marvel) - Edição especial

Autores: Jonathan Maberry (roteiro), Laurence Campbell (arte) e Lee Loughridge (cores).

Preço: US$ 3,99

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Agosto de 2009

 

Sinopse

A Torre Dedalus é um edifico de médio porte que abriga o que há de mais avançado em sistemas de segurança.

Cada um dos seus oito andares dispõe dos mais modernos aparelhos de vigilância e equipes de seguranças altamente capacitadas. Por isso, é impossível entrar nele com qualquer tipo de armamento.

Tamanha sofisticação não serve apenas para impressionar e proteger os interesses dos seus clientes e empresas, mas também para salvaguardar um criminoso esquema de filmes snuff pornográficos e homicidas, que funciona no último - e mais bem guardado - dos andares do prédio, tendo gerado incessantes lucros ao seu proprietário.

De posse desta informação, e vendo-se impedido de usar seu costumeiro arsenal, o Justiceiro terá de improvisar.

Positivo/Negativo

É sabido que Frank Castle é um matador nato, exímio atirador, perito em vários tipos de armas e explosivos, sem contar sua mente estrategista para situações de alto risco. Predicados estes mais do que bem utilizados em incontáveis histórias do personagem, ao longo dos anos.

No entanto, o mais famoso anti-herói da Marvel talvez esteja sofrendo do mesmo mal que aflige outro famoso personagem da editora, o Wolverine. Em suas histórias mais recentes, ambos vêm sendo retratados com uma imortalidade, perícia e sorte tão infalíveis quanto inverossímeis, o que beira ao ridículo.

Da mesma forma que o mutante canadense tem exibido um fator de cura eficiente contra praticamente qualquer tipo de lesão, Frank Castle vem sendo retratado como o zênite do matador. Não importa o nível de perigo do local, a situação em que se encontre, quais tipos de armas use ou os inimigos que enfrente, o Justiceiro não irá sucumbir.

Para um selo de quadrinhos adultos e realistas, a linha MAX do Justiceiro vem demonstrando várias conotações de bizarrice, fugindo um pouco dessa diretriz "pé no chão" à qual se classificou.

Então, os mais modernos leitores de retina e biométricos não identificam que aquele é o Justiceiro, de quem todos conhecem a história e o passado? Para um prédio que alardeia ser exemplo de segurança infalível, e que comporta em seu interior todo um esquema ilegal, já começou mal.

Mas isso é só o começo. Ao longo da caminhada até o último andar, o Justiceiro vai margeando sua trilha com seguranças e policiais mortos com armas improvisadas, no melhor estilo MacGyver: de lápis afiados até máquinas de xérox, passando por limpadores de privada e revistas dobradas. Sem armas de fogo - essas, sim, eficientemente barradas pelos detectores - o jeito é mesmo valer-se do que puder encontrar.

E fica a pergunta: se os andares são extremamente vigiados, por que não há sequer uma câmera de vigilância em cada um deles? Pois é.

Mas nenhuma dessas sequências supera a última: a maneira como Castle consegue sair do prédio e ainda levar com ele algumas das sobreviventes do criminoso esquema. Se há uma palavra que define esta história, só pode ser improviso.

Se o leitor ignorar os absurdos e situações inusitadas, é mais um conto sem grandes atrativos, de qualidade mediana. Mas este especial foi um dos primeiros trabalhos do romancista Jonathan Maberry na indústria dos comics

A caracterização do Justiceiro segue a cartilha fielmente, e a narrativa flui sem grandes complicações. Curioso e interessante elaborar o personagem utilizando armas nada convencionais - um bom conceito que poderia ser mais bem trabalhado se a história dispusesse de mais páginas ou edições.

Há méritos, sim, como o modo pitoresco de Castle "convencer" um facínora a acompanhá-lo e mostrar-lhe o edifício. Originalidade também tem estado em alta nos quadrinhos do vigilante - ainda bem.

A combinação da arte de Laurence Campbell com a colorização de Lee Loughridge lembra muito o traço do artista Lewis Larosa, que ilustrou o arco inicial da primeira série Max do Justiceiro, há quase seis anos. O uso de cores luminosas e sombras em demasia faz o contraste ideal para o clima da história.

A capa de Tim Bradstreet pode soar estranha em comparação com o decorrer da narrativa, mas é justificada pelo final da trama.

Classificação:

4,0

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