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QUARTETO FANTÁSTICO – ZONA DE GUERRA

1 dezembro 2008


Autor: Greg Cox.

Preço: R$ 15,90

Número de páginas: 320

Data de lançamento: Janeiro de 2007

Sinopse: O que parecia ser apenas mais um sábado comum em Manhattan, torna-se uma verdadeira zona de guerra: criaturas oriundas da Zona Negativa se materializam na cidade através de portais que ligam os mundos de matéria positiva e negativa.

Frente à terrível e mortal ameaça, cabe ao Quarteto Fantástico agir e investigar por que tal invasão repentina aconteceu em sua cidade. E quais vilões estariam por trás de tudo.

Positivo/Negativo: Partindo desta premissa básica, este é o primeiro romance da famosa família de exploradores cósmicos da Marvel a ser lançado no Brasil. E foi o quarto lançamento da linha Marvel Pocket Books da Panini.

Zona de Guerra tem todos os ingredientes principais que fizeram o Quarteto Fantástico tão popular nos quadrinhos: aventuras cósmicas, relações familiares bem desenvolvidas, além de pura ficção científica.

Para o leitor acostumado a acompanhar todos os meses as HQs do grupo, esses elementos já são mais do que familiares e, talvez, demasiadamente utilizados nesses quase 50 anos, desde sua estréia em 1961.

Então, o que faz deste livro uma leitura interessante?

A resposta é simples e costumeira: o núcleo familiar. Não são poucas as histórias com qualidade duvidosa vistas em tanto anos, mas que, ao incrementar os já conhecidos momentos familiares - o Coisa e o Tocha batendo boca; Reed com suas elucubrações científicas e linguajar escorreito; o ímpeto protetor de mulher, esposa e mãe de Sue - é quase certo que a leitura torna-se, no mínimo, prazerosa.

É claro que tal alternativa nas aventuras do Quarteto também já foram utilizada ad nauseam e com momentos do mais puro clichê, mas aqui a narrativa ganha mais fôlego com este "reforço", que sempre foi um dos pilares nas aventuras da equipe.

A integração e união dos membros do grupo são sentidos mesmo que, por quase todo o livro, eles atuem divididos em duplas - uma boa sacada do autor ao alternar narrativa, cenários e situações entre Manhattan e a Zona Negativa, para agregar tudo ao excelente e engenhoso final.

Greg Cox já é um escritor com um bom currículo envolvendo os heróis Marvel: fez dois romances do Homem de Ferro (The Armor Trap e Operation A.I.M., respectivamente em 1995 e 1996), novelizações dos filmes Demolidor - O Homem Sem Medo e Motoqueiro Fantasma, além da trilogia The Gama Quest, envolvendo os X-Men e os Vingadores.

Também foi responsável pelas novelizações de quadrinhos como 52 e Crise Infinita, recentes blockbusters da principal concorrente da "Casa das Idéias".

O autor, neste trabalho com o Quarteto, demonstra grande conhecimento da personalidade e principais características de cada personagem, respeitando fatos cronológicos e narrando uma história de fácil absorção mesmo para o leitor leigo neste universo, comprimindo os fatos passados estritamente ao necessário para melhor entendimento da prosa.

A obra não diz em que período da cronologia a aventura se passa, mas uma boa dica está no fato de o Aniquilador comentar sobre a invasão do grupo de aventureiros financiados pela Comissão Gideon à Zona Negativa. Isso foi visto nas primeiras edições de Quarteto Fantástico e Capitão Marvel, título publicado pela Panini no Brasil, entre agosto de 2002 e janeiro de 2004.

A qualidade gráfica de Zona de Guerra é a melhor em comparação aos outros livros já lançados (Homem-Aranha - Ruas de Fogo, X-Men - Espelho Negro e Wolverine - Arma X).

No entanto, assim como seus predecessores, a obra apresenta os costumeiros erros gramaticais e palavras digitadas equivocadamente. Lamentavelmente, um incômodo ainda persistente nas publicações da Panini, sejam livros ou quadrinhos.

Apesar disso, a editora merece créditos pela iniciativa de lançar livros baseados nos heróis publicados em suas revistas e, como há uma verdadeira gama de outras obras em prosa do mesmo patamar já publicadas nos Estados Unidos, com diversos outros heróis do panteão Marvel, fica a esperança de que mais romances cheguem ao mercado brasileiro.

No final, um aperitivo aos fãs: um preview de Wolverine - Arma X, de Marc Cerasini. Uma boa sacada editorial, visando despertar o interesse do consumidor em adquirir este e os outros lançamentos da linha.

Classificação:

4,0

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