A história de Vingadores Sombrios dá continuidade à saga envolvendo Norman Osborn e sua solução para o problema mutante. O que tinha potencial para render uma ótima história acaba virando um roteiro chato e monótono nas mãos de Matt Fraction.

O desenvolvimento é previsível, refletindo um trabalho preguiçoso e repleto de diálogos muito ruins. A fala de Emma Frost ao revelar um plano de Ciclope é apenas um dos exemplos.

Os desenhos do brasileiro Luke Ross são uma tentativa fracassada de emular o traço de seu conterrâneo Mike Deodato. Não dá pra saber se foi imposição editorial da Marvel, mas o fato é que o resultado seria bem mais agradável se ele adotasse seu próprio estilo.

A trama conclui em X-Men # 106, e não apresenta o menor indício de que pode vir a melhorar.

Thunderbolts mantém o bom nível das últimas edições. O escritor Andy Diggle cria uma interessante trama de espionagem, recheada por empolgantes cenas de luta e perseguição.

O ponto alto é a ótima luta entre o Carrasco e o Senhor X, que serve para ilustrar as gritantes diferenças entre os membros dos Thunderbolts; e o permanente clima de desconfiança entre eles.

Diggle dá a entender que uma equipe com membros tão distintos e com objetivos tão diferentes corre o sério risco de implodir internamente, e é essa a grande sacada do título: a questão não é se os Thunderbolts se destruirão, mas sim quando isso ocorrerá.

O ilustrador Miguel Sepulveda dá conta do recado na primeira parte da HQ, mas, na sequência, falta de capricho na arte: nas páginas 51 e 72, por exemplo, a Viúva Negra e Norman Osborn estão muito mal desenhados - parecem bonecos articulados.