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ROBIN – YEAR ONE

1 dezembro 2011

ROBIN - YEAR ONE

Editora: DC Comics - Edição especial

Autores: Chuck Dixon e Scott Beatty (roteiro), Javier Pulido e Marcos Martin (desenhos), Robert Campanella (arte-final), Lee Loughridge (cores) e Javier Pulido (capa) - Originalmente publicado em Robin: Year One # 1 a # 4, em 2000 e 2001.

Preço: US$ 14,99

Número de páginas: 192

Data de lançamento: 2002

 

Sinopse

Seu nome é Dick Grayson.

Muito antes de se tornar o Asa Noturna, ele foi o primeiro a assumir o manto de Robin. Quando seus pais foram assassinados, durante uma apresentação acrobata, o milionário Bruce Wayne tomou para si a responsabilidade de investigar o ocorrido e resguardar o jovem órfão sob sua proteção.

Durante meses, Grayson aprendeu todas as formas de combate ao crime, até ficar pronto para patrulhar Gotham durante as noites, ao lado de seu mentor. Mas o árduo treinamento e as ameaças do mundo real são duas coisas totalmente distintas: o que era encarado inicialmente como diversão passou a ser uma questão de vida ou morte.

Aprender essa diferença será a história do seu primeiro ano como parceiro de Batman.

Positivo/Negativo

O epíteto "Ano Um", utilizado pela primeira vez nos quadrinhos quando da publicação da famosa origem do Batman por Frank Miller, em 1987, ultrapassou a mera estampa de capa e singularidade dessa obra. Há muito tempo, é sinônimo de reinterpretações dos primeiros dias de qualquer vigilante.

Desde então, a lista com esse subtítulo é longa no Universo DC.

No próprio universo do Morcego, quatro dos seus principais aliados já pegaram emprestada tal epígrafe: Batgirl, Asa Noturna, Caçadora e o fiel parceiro de longa data, Robin.

Uma grande diferença desta nova visão das aventuras iniciais do Menino-Prodígio é que, contrariamente às outras obras similares, aqui não se vê sua origem de fato - não há o acidente fatal com seus pais no trapézio circense, tampouco o convite de Bruce Wayne para adotá-lo e treiná-lo como ajudante no combate ao crime, com o clássico juramento à luz bruxuleante da caverna.

Nesta edição, a história já começa com a dupla dinâmica em plena ação.

É o primeiro ano de Robin ao lado de Batman, seu batismo de fogo, com eventos imediatos aos que foram mostrados em outras HQs (como Batman - Vitória Sombria e Batman - Lendas do Cavaleiro das Trevas # 10 - A escolha).

Sem a necessidade de repetir as introduções acima expostas, este volume encadernado apresenta uma das primeiras aventuras vivida pelos heróis, no melhor estilo frenético das animações DC/Warner.

Um festival de páginas multicoloridas, personagens caricatos e situações com doses homeopáticas de humor, adrenalina e tragédia.

A narrativa segue em primeira pessoa, na visão parcial de Alfred sobre os acontecimentos e na crescente relação fraterna entre Bruce e Dick: personagens com destinos idênticos e personalidades bem diferentes.

Ao contrário de Bruce/Batman, Dick é sempre Dick, com ou sem uniforme. Não há um alter ego mutante como seu mentor, que lhe faça mudar o comportamento ou se abster de uma existência normalizada.

É um garoto de plena vivacidade com a carreira que abraçou, sem necessidade de abrir mão do convívio social e dos prazeres da juventude. Por vezes, quando o trabalho se põe no meio de um raro momento de lazer e Dick não tem escolha, ainda assim consegue manter uma chama de ansiosa alegria a cada patrulhamento, cada nova missão.

Igualmente, o argumento aborda questionamentos de outros personagens sobre a escolha de Batman em ter um parceiro - a estranha ironia de um vigilante obscuro possuir aliados, ainda mais um garoto pré-adolescente.

Alfred e Gordon toleram tal associação com expressas restrições morais; Duas-Caras vê isso como uma oportunidade de ouro, pela própria dualidade que ela representa; a Liga dos Assassinos estuda e testa as capacidades do menino, sem saber da sua dupla identidade; o próprio Bruce enfrenta esse dilema constantemente, sempre analisando prós e contras e flexibilizando julgamentos sobre sua decisão em possuir um sidekick.

De fato, é uma obra que mostra certas consequências para determinadas escolhas de ambos os heróis. Mais uma HQ em que fica claro que Batman é um personagem dúbio, dividido, tanto em início de carreira como agora.

Um vigilante solitário que, a partir desta primeira parceria, sempre recorreria aos aliados de comportamentos opostos.

ROBIN - YEAR ONE

A arte conjunta de Javier Pulido e Marcos Martin foi uma escolha feliz, agradável aos olhos. Eles são econômicos nos traços, sem omitir detalhes importantes nas cenas. Realçam a colorização enérgica de Lee Loughridge e, mesmo nos momentos escuros, trabalham magistralmente silhuetas de pessoas, objetos e cenários com clareza.

Como "continuação" desta história, parte da equipe criativa deste especial tratou de estabelecer também os primeiros dias de Bárbara Gordon como a Batgirl. E não muito depois, voltaram com Dick Grayson e seu novo ano um, agora como Asa Noturna (com arte de Scott McDaniel).

Em 2008, uma nova edição da obra foi lançada nos Estados Unidos, aproveitando figuras da segunda, terceira e quarta capas da minissérie original, resultando na imagem ao lado.

Classificação:

4,0

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