Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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SETON – UM NATURALISTA VIAJANTE # 1 – LOBO, O REI DE CURRUMPAW

1 dezembro 2008


Autores: Ernest Thompson Seton (história), Yoshiharu Imaizumi (roteiro) e Jiro Taniguchi (arte).

Preço: 15,90

Número de páginas: 288

Data de lançamento: Abril de 2008

Sinopse: Em 1893, no norte do Novo México, nos Estados Unidos,
no planalto de Currumpaw, um enorme lobo e sua alcatéia atacam os rebanhos
da região de uma maneira espantosa: eles comem apenas as partes macias
do gado e, em outras oportunidades, matam bois e ovelhas só para dizimá-los,
num ato que se assemelha a maldade.

Caçadores e especialistas chegam ao local atraídos por polpudas recompensas, mas o resultado é sempre o fracasso.

Até que Ernest Thompson Seton, um artista que retratava a vida selvagem com incrível fidelidade em livros e quadros, aceita o convite de um fazendeiro da região. Começa, então, um minucioso duelo entre homem e fera.

Positivo/Negativo: A edição em papel off-set e capa cartonada com orelhas mostra que a Panini escolheu Seton para estrear no nicho de mercado dos mangás voltados para livraria. E o faz com categoria.

Ao ler a sinopse da obra, alguém pode questionar: o que uma história protagonizada por um naturalista caçando um lobo pode ter de atrativo? Pois é justamente esse o mérito de Seton. A trama tem um ritmo lento, Imaizumi a constrói detalhadamente e algumas situações (como as armadilhas para a alcatéia) até se repetem algumas vezes. E, mesmo assim, consegue prender a atenção.

A maneira como o autor descreve Lobo quase faz o leitor se afeiçoar à fera. Da mesma forma que o respeito de Seton pelo animal cresce a cada página. E ele demonstra isso inclusive quando o captura.

Mas o ritmo imposto por Imaizumi, que não é um roteirista de quadrinhos, mas sim um escritor de livros, talvez se tornasse um empecilho sem os desenhos de Jiro Taniguchi. Seu traço, além de lindo, é meticuloso - o cuidado que dedica aos cenários e aos lobos, com hachuras e retículas, merece atenção especial.

Além disso, o artista "controla" o ritmo de sua narrativa de acordo com o que pede o roteiro e isso pode ser conferido, por exemplo, pela variação na diagramação de suas páginas.

O trabalho de edição da Panini foi competente, mas ainda passaram alguns erros bobos de revisão, como um "trasnformados" (transformados), na página 288. É preciso mais atenção.

Enfim, a transposição das proezas do naturalista Ernest Thompson Seton (1860-1946) para os mangás começa bem. Fica a expectativa para saber se os dois próximos livros manterão o nível.

Classificação:

4,0

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