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SPACE GHOST # 1

1 dezembro 2011

SPACE GHOST # 1

Editora: Panini Comics - Minissérie em três edições

Autores: Joe Kelly (roteiro), Ariel Olivetti (desenhos, arte-final e cores) e Alex Ross (capa) - Originalmente publicado em Space Ghost # 1 e # 2, em 2005.

Preço: R$ 5,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Junho de 2006

 

Sinopse

O recruta Thaddeus Bach é considerado o mais obstinado, corajoso e justo dentre os oficiais em treinamento da Elite Espectro - uma força policial intergaláctica destinada a alcançar paz e justiça, não importando o custo.

Honrando o mandamento da corporação, os Guardiões da Paz lutam insistentemente para trazer luz ao negrume pérfido e traiçoeiro sob o manto da vilania que se esconde no universo. Liderados pelo oficial superior Temple, tais "espectros" são os agentes encarregados desta gloriosa missão.

Mas o recruta Thaddeus Bach foi traído, torturado e jogado à própria sorte pelos colegas mantenedores da paz, em um mundo deserto. Um planeta fantasma.

Positivo/Negativo

Figura carimbada dos desenhos animados há mais de 40 anos, o lendário Space Ghost - uma das principais criações do artista Alex Toth (1928-2006) para os estúdios Hanna-Barbera - voltou rapidamente à ativa em uma minissérie homônima de seis edições (compiladas em três números nesta versão nacional) lançada pela DC Comics em 2005.

Na esteira do redescobrimento de vários encapuzados e vigilantes clássicos nos últimos anos, o Fantasma do Espaço voltou com estilo, sendo aqui apresentada pela primeira vez a sua origem.

Diferentemente do hábito já consumado em outros materiais com temática análoga, em que os aspectos introdutórios e apresentação dos personagens ditam a narrativa inicialmente, os dois primeiros capítulos já adiantam uma boa dose de ação e pancadaria, dando ênfase na violência física e psicológica que o herói sofre.

Esta primeira edição cumpre bem o papel, reintroduzindo o super-herói no mundo pop com uma nova roupagem e métodos ao estilo dos tempos atuais.

Nada daquele perfil ingênuo dos antigos desenhos da década de 1960, tampouco a versão cômica do famoso talk-show comandado pelo personagem durante os anos 1990: o novo Space Ghost é completamente diferente, mais sombrio e psicologicamente melhor desenvolvido do que jamais fora.

Há mesmo certas comparações com a mitologia do Lanterna Verde (parte de uma tropa espacial, busca da harmonia universal, mentor traidor etc.) ou ainda com o anti-herói Juiz Dredd - especificamente seu filme de 1995, estrelado por Sylvester Stallone - quando traição e exílio forçado em um local aparentemente deserto fazem parte da motivação inicial do protagonista.

Para incorporar essa nova visão do vigilante, Ariel Olivetti emprestou seu traço expressionista. Sua arte melhora consideravelmente quando ele mesmo se encarrega da arte-final e das cores.

Belos painéis e cenários magistralmente pintados dão vida ao visual futurista da história, com personagens muito bem detalhados - apesar de, em certos momentos, darem uma noção de deslocamento nas cenas, como se fossem posteriormente inseridos sobre a imagem ao fundo.

Como atrativo, a capa deste e dos outros números são assinadas por Alex Ross: verdadeiras molduras, apresentando Space Ghost tanto em fotos posadas como em plena ação. Singelas obras-primas que, com certeza, viraram itens de colecionador.

Ao menos nesta primeira parte - aberta com um rápido texto introdutório sobre o herói - as expectativas não poderiam ter sido melhores. Uma trama consistente, enxuta e interessante começa sua jornada de maneira correta, evitando acontecimentos desnecessários e atropelamentos na narrativa.

Que as próximas edições prossigam com esses méritos.

Classificação:

4,0

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