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SUPER-HOMEM - FUNERAL PARA UM AMIGO # 4

1 dezembro 2006


Título: SUPER-HOMEM - FUNERAL PARA UM AMIGO # 4 (Editora Abril) - Minissérie em quatro partes

Autores: Louise Simonson e Dan Jurgens (roteiro), Jon Bogdanove e Dan Jurgens (desenhos) e Dennis Janke e Brett Breeding (arte-final).

Preço: na época era variável, de acordo com uma tabela da editora

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Abril de 1994

Sinopse: A situação fica crítica em Metrópolis. Enquanto a inundação
causada no número anterior ameaça
os moradores do Mundo Subterrâneo e a própria estrutura dos prédios da
cidade, Lois Lane faz a terrível descoberta sobre o roubo do corpo de
seu noivo.
Desesperada, a repórter tenta reaver o cadáver de várias formas: primeiro com a ajuda dos habitantes do próprio Mundo Subterrâneo e, por fim, planejando uma segunda invasão ao Projeto Cadmus, com ajuda da Supermoça e dos Párias.

Enquanto isso, uma nova tragédia se abate na família Kent: Jonathan é fulminado por um enfarte.

Positivo/Negativo: De longe a melhor edição da minissérie, repleta de momentos marcantes, a começar pela capa de Dan Jurgens e Bret Breeding, mostrando o Super-Homem voando em direção ao sol com os dizeres O Fim.

Louise Simonson novamente acerta na dose ao focar nos Kent o elemento mais emocional da trama. Impossível não se sensibilizar com a dor do casal de velhinhos diante da perda não do herói alienígena, mas de um filho. A autora acerta em cheio ao pontuar a história com flashbacks da infância de Clark ao lado dos pais e da cena-chave, em que Jonathan estimula o filho a usar uma identidade secreta após ele se revelar ao mundo, extraída diretamente de O Homem de Aço, de John Byrne.

A roteirista ainda dá um "oi" para Superman - O Filme ao apresentar Jonathan Kent tendo um enfarte, fato que parece recorrente na mitologia do personagem, vide seu recente destino em Smallville.

Dan Jurgens encerra a trama do seqüestro do corpo, intercalando o desfecho com o socorro médico a Jonathan Kent, além de, pela primeira vez, tocar na premissa de que Clark Kent foi dado como desaparecido pelas pessoas em Metrópolis após a batalha entre Super-Homem e Apocalypse.

Ganha destaque Lex Luthor II, que na verdade é o bom e velho inimigo do kryptoniano com um novo corpo e se passando por seu "filho". O personagem dá um show de vilania e ódio ao Super-Homem, demonstrando toda sua sociopatia ao matar uma jovem treinadora simplesmente para mostrar que, sem o defensor da cidade na ativa, estava livre para ser novamente o dono de Metrópolis e fazer o que bem entender.

O autor ainda usa os Párias na operação de resgate do corpo, outra criação de Jack Kirby com clara inspiração no filme Sem Destino, estrelado por motoqueiros hippies e deslocados da sociedade vividos por Dennis Hopper e Peter Fonda.

Jurgens se vale de um belo momento quando o corpo é novamente sepultado,
ao fazer Lois imaginando seu casamento
com Clark
, acontecimento que ele mesmo iria roteirizar e desenhar
quatro anos depois.
É justamente Lois Lane quem ainda desfrutava de sua melhor caracterização quando esta saga aconteceu, algo que foi uma constante até a fase posterior ao casamento e que, infelizmente, vem se arrastando durante os últimos anos, gerando protestos e mais protestos dos fãs.

Aqui, a repórter é retratada como deve ser: uma mulher obstinada, corajosa, porém apaixonada e extremamente dedicada ao namorado e à sua memória.

Não há grandes surpresas na arte da última história. Dan Jurgens e Bret Breeding mantêm uma unidade bastante agradável na qualidade. Já Jon Bogdanove completa a mudança de estilo e apresenta um desenho mais rápido, menos trabalhado e abusando das hachuras para dar volume aos cenários e personagens. Não compromete a trama, mas é inegável que seu estilo anterior era mais charmoso e elegante.

A minissérie termina de forma apoteótica, com Jonathan Kent tendo morte clínica enquanto enxerga Kal-El vindo ao seu encontro.

Como o plano editorial da Abril era publicar a saga Morte/Retorno paralelamente ao título mensal do herói (que continuou com histórias defasadas em relação ao ponto cronológico em que o arco ocorreu), a nota final promete para breve a continuação, em forma de especiais e outras minisséries. Mas sem data certa para os próximos lançamentos.

Fica também o porém de o arco Funeral para um amigo ter sido publicado com qualidade inferior à Morte e à minissérie O Retorno do Super-Homem, pois seria mais um ponto positivo unificar em termos de padrão gráfico toda a saga.

 

Classificação:

4,0

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