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SUPER-HOMEM – MORCEGO DE AÇO

1 dezembro 2011

SUPER-HOMEM - MORCEGO DE AÇO

Editora: Abril Jovem - Edição especial

Autores: J.M. DeMatteis (roteiro), Eduardo Barreto (desenhos, arte-final e capa) e Les Dorcheid (cores) - Originalmente publicado em Superman - Speeding Bullets, em 1993.

Preço: tabelado, na época

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Setembro de 1994

 

Sinopse

Quando o condenado planeta Krypton explode, uma única nave é lançada de suas entranhas, rasgando os cosmos em direção a Terra. Após um conturbado pouso nos arredores de sua mansão, um casal da cidade de Gotham descobre que no interior do objeto havia um bebê.

Thomas e Martha Wayne adotam e passam a criar o menino, chamando-o de Bruce.

Ainda pequeno, o jovem viu seus pais serem cruelmente assassinados. Isso traz à tona seus estranhos poderes, que os levarão a possuir, já na fase adulta, a identidade secreta do poderoso e vingativo Batman.

Positivo/Negativo

Seria inevitável acontecer algo do gênero.

A DC Comics, dona de dois dos maiores ícones dos quadrinhos norte-americanos, resolveu criar um amálgama entre eles. Dentre outros já produzidos no passado, originou-se mais este especial da série Elseworlds, aqui conhecida como Túnel do tempo.

Uma edição que é pura homenagem aos "melhores do mundo", aglutinando seus conceitos em um só super-herói, com as facetas positivas e negativas do Super-Homem (nada de estrangeirismo aqui) e do Batman.

Não há grandes surpresas. O enredo apresenta as famosas origens de ambos e compõe-se num mix com os principais eventos destas, trocando poucos papéis no staff de coadjuvantes conhecidos e pronto. Eis a história.

Nem por isso há de se diminuir certos méritos dos autores.

DeMatteis escreve bem a narrativa em terceira pessoa, na visão de Lois Lane, ainda que o leitor só perceba isso na metade dos eventos. O excesso de recordatórios e diálogos, características bem típicas do roteirista, não tornam a leitura arrastada.

A "fusão" de Clark Kent com Bruce Wayne deixa visível os principais aspectos na personalidade de cada um, formando alguém arrogante e descuidado na sua identidade civil, impetuoso e comedido na forma heroica (essa última somente no final, porque antes disso é tão somente o furioso Batman de Frank Miller com superpoderes).

Esse foi o núcleo da história: enfatizar as diferenças entre os dois heróis, na figura de alguém que já possuía ou viria a ter essas características.

Onde se peca é no caminhar dos acontecimentos. Falta profundidade nas escolhas dos personagens e no modo como tudo ocorre, de chofre, exigindo soluções igualmente rápidas. Estigmas da tarefa de contar uma nova origem, vida social/aventureira e rivalidade em um número tão delimitado de páginas.

Por sua vez, Ed Barreto sempre apresentou um estilo prático, correto e limpo nos seus desenhos, que garantem ótimas splash pages, como na de abertura e na primeira aparição do Morcego (p. 23 e 24).

Comum achar que em alguns momentos é tudo meio genérico, mas sua versão para o Batman, principalmente o uniforme em confronto com as sombras à noite, é algo que poucos artistas atuais conseguem fazer com êxito.

Fora do campo artístico, a obra atraiu outros fatos intrínsecos. Começando pela arte da capa, uma mera revisão daquela famosa ilustração presente em Superman # 1 (1939).

Além disso, foi a primeira de duas histórias com temática semelhante, pois a segunda foi em Batman - In Darkest Knight, que saiu um ano depois lá fora, mostrando um Bruce Wayne portador do anel energético e defensor do setor 2814.

Tal versão Batman/Lanterna Verde tornou-se parte do multiverso estabelecido na saga 52, o que não ocorreu (ainda) com o "Morcego de Aço".

Mesmo não tendo a mesma sorte de sua contraparte esmeralda e sendo carente de grandes momentos, é um dos melhores contos alternativos já publicados pela Abril.

Classificação:

4,0

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