Confins do Universo 201 - Arigatô, sensei Akira Toriyama!
OUÇA
Reviews

SUPERMAN # 66

1 dezembro 2008


Autores: A besta-fera de Krypton - Kurt Busiek (texto), Walter Simonson (arte), Lee Loughridge e Alex Sinclair (cores);

Amor juvenil - Diana Schutz (texto), Tim Sale (arte) e Dave Stewart (cores);

A queda de Camelot - Kurt Busiek (texto), Carlos Pacheco (desenhos), Jesús Merino (arte-final) e Alex Sinclair (cores);

O último filho - Geoff Johns, Richard Donner (texto), Adam Kubert (arte), Dave Stewart (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Maio de 2008

Sinopse: A besta-fera de Krypton - Superman desce às profundezas do inferno. Será um sonho?

Amor juvenil - Supergirl se apaixona por seu jovem amigo Dick Wilson.

A queda de Camelot - Durante um ataque de Arion, Superman descobre que, caso perca o controle, tem inimigos e aliados prontos para tentar detê-lo.

O último filho - O General Zod e seus asseclas promovem um ataque frontal a Kal-El - e o começo é na redação do Planeta Diário.

Positivo/Negativo: Em meados de 2007, a DC resolveu comemorar a chegada da revista norte-americana Superman à sua 666ª edição com um especial macabro. Foi uma boa idéia, pois o famigerado meia-meia-meia é tido como o favorito na numerologia das trevas.

Claro que a edição brasileira está longe de chegar lá - se a periodicidade e a numeração forem mantidas, a revista da Panini só atinge a meta apocalíptica daqui a meio século.

Mas a editora encontrou, com um empurrão do acaso, uma solução bastante criativa para a publicação da história. Adiantando-se um punhado de meses, conseguiu encaixar a edição # 666 na # 66.

Foi uma bela sacada.

Pena que faltou contextualizar. Se o leitor não sabe que um dia houve uma Superman # 666 publicada em seu país de origem, o esforço acaba passando batido. Afinal, a história em si nem é grande coisa. Vale, no máximo, pela arte com uma pitada de expressionismo do veterano Walter Simonson. Bacana mesmo é a idéia.

Outra aventura que carece de contexto é o conto singelo de Supergirl. Trata-se de uma história extraída da primeira edição da revista norte-americana Solo, na qual grandes artistas tiveram a oportunidade de criar personagens da DC sem as amarras da cronologia e a certa distância do pesado cerceamento editorial.

No Brasil, as histórias de Solo se concentram na Wizmania, na qual são publicadas com certa regularidade. Apesar disso, volta e meia pipocam em outras revistas. Nesses casos, o tratamento que recebem é o de tapa-buracos de luxo, por conta da qualidade visivelmente superior. Não há nada, a não ser suas próprias qualidades intrínsecas, que as apresentem para o leitor.

É o caso de Amor juvenil, com um roteiro simples e devastador de Diana Schutz, um nome quase desconhecido para o público brasileiro, mas que tem destaque no cenário norte-americano - ela é editora da Dark Horse. A arte, por sua vez, é de Tim Sale.

O resultado é bonito. Mesmo que o argumento seja uma bela armadilha para que o roteiro caia na pieguice, o que se vê é bem diferente: uma história consistente e intensa. No fim das contas, o amor juvenil torna-se uma bela HQ sobre maturidade.

Se a primeira metade da revista é ocupada por esse material com caráter especial, a outra parte traz a continuação de duas sagas do Homem de Aço.

A queda de Camelot, comandada por Kurt Busiek, parece prestes a se perder. A cada edição, o roteirista espalha novas pistas a respeito da trama. Mas poucos fatos são solucionados. Já começa a ficar difícil perceber qual é o eixo que move a narrativa - e até mesmo para onde ela está indo.

Se o escritor não assumir uma postura mais generosa e partilhar um pouco de seus planos com o leitor, a série, que começou bem, corre o risco de fracassar, a despeito até mesmo da arte eficiente de Merino e Pacheco.

A tarefa de Geoff Johns em O último filho é mais simples. Para começo de conversa, o roteirista está escrevendo ao lado do diretor Richard Donner, responsável pelo longa-metragem Superman e, parcialmente, por Superman II. A trama criada pela dupla é, por sinal, uma volta aos temas dos filmes, quase assumindo-os como parte da mitologia das HQs.

Para tocar o coração dos fãs, Johns e Donner escolhem atacar com o mais baixo dos golpes: a nostalgia. Com uma ou outra alteração, é como se o leitor estivesse apreciando uma versão repaginada de Superman II, com direito a uma nova luta de kryptonianos nos céus de Metrópolis.

Até as alterações remetem aos longas-metragens do herói: o nome do molequinho de Krypton é Christopher, na cola do galã Christopher Reeve, que vestiu a capa vermelha nos filmes.

O golpe é baixo, sim. Mas eficaz. Por si só, a história nem chega a ser monumental. Só que funciona, principalmente porque é calcada justamente no Superman que muita gente aprendeu a reconhecer como a verdadeira encarnação do Homem de Aço.

Apesar das pequenas mancadas editoriais, é inegável que Superman vem passando por uma de suas melhores fases desde que a Panini assumiu a revista.

A "culpa" é das boas decisões da DC, mas não fica só nelas. Há também as ações da própria editora italiana, que vem conseguindo impor uma dinâmica ao título, fugindo do bê-a-bá de reunir apenas quatro histórias aleatoriamente na seqüência cronológica de publicação.

Classificação:

4,0

Leia também
Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA