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SUPERMAN - ALL STAR # 3

1 dezembro 2006


Título: SUPERMAN - ALL STAR # 3 (DC Comics) - Série mensal

Autores: Grant Morrison (roteiro) e Frank Quitely (desenhos).

Preço: US$ 2,99

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Maio de 2006

Sinopse: O aniversário de Lois chega e o presente do Superman para ela é poder ser um dia como ele, desfrutando dos mesmos poderes.

Para tanto, ele cria um soro capaz de reproduzir num ser humano suas habilidades. Mas a festa do casal pode ser estragada quando dois heróis vindos do futuro aparecem em meio a uma invasão de dinossauros inteligentes que moram no centro da Terra e trazem consigo uma ameaça sem precedentes.

Positivo/Negativo: All Star Superman começou de maneira correta ao apresentar uma versão icônica do Superman e reunir neste processo o que havia de melhor em suas décadas de aventuras, criando um amálgama cativante e cheio de potencial. Infelizmente, esta edição apresenta o que poderia haver de pior caso todas estas premissas dessem errado.

Grant Morrison nunca escondeu seu fascínio pela Era de Prata, mas na maioria das vezes se mostrou inteligente o suficiente para dar a este material uma abordagem moderna e emocionante, valendo-se de sua fonte para referências e releituras, como ficou claro em sua fase na Liga da Justiça, na qual personagens como Chave e Shaggy Man foram revividos em tramas bastante aclamadas pelos fãs.

Infelizmente, o Morrison que escreveu este número de All Star Superman parece estar longe de ser o mesmo autor. Os conceitos apresentados são os mais risíveis e pueris possíveis.

O roteiro tem a premissa de mostrar Lois dividindo um dia na vida do Superman, mas as situações vividas pelo casal parecem ter sido inspiradas em filmes "B", a começar pela raça de dinossauros inteligentes que vive no centro da Terra e que desencadeiam uma invasão para dominar a superfície, idéia digna de Ed Wood.

Se no último número Morrison introduziu o "Superestranho", neste vê-se
heróis de visual menos ridículo, mas de conceito ainda mais sofrível:
Atlas e Sansão. Típicos refugos de heróis secundários, os dois são, pura
e simplesmente, baseados nas figuras mitológicas de quem se inspiraram,
com direito aos cabelos longos e uma fivela com um grande globo terrestre.
E se os diálogos foram o ponto alto da segunda
edição
, neste são apenas repletos de frases constrangedoras.
Até mesmo Lois, que vinha sendo tão bem desenvolvida, parece ter tido todos os seus diálogos copiados de uma história de 1960. A salvação fica por conta do embate do Homem de Aço com o real vilão da história, apesar da falta de originalidade da situação e da forma como o herói vence o oponente.

Enquanto isso, os problemas de se citar fatos que nunca foram mostrados dentro da continuidade da revista continuam. Sansão, por exemplo, é tratado como velho conhecido do Superman e de Lois, sendo que esta até mesmo menciona detalhes do último encontro deles.

Existe pouco que Quitely possa fazer para salvar a revista, mas sua arte é realmente um diferencial. As representações de Sansão e Atlas são bastante simplórias, mas o resto é uma verdadeiro show de arte seqüencial, com seu traço sólido e cativante.

Se esta revista tivesse sido escrita nos anos 60 ou começo dos 70, seria simplesmente uma boa leitura na época e talvez chegasse até nossos dias como uma história clássica. Hoje, ela apenas constrange e entedia.

Existem formas muito mais sadias de se homenagear o Superman - para a própria imagem do personagem - do que recauchutar tramas de três ou quatro décadas atrás. Não há aqui um roteiro inspirado, mas puramente reciclado de idéias tolas.

A esperança ainda persiste nas falas de Sansão, que dá pistas sobre as próximas ameaças que o Homem de Aço enfrentará. Fica a torcida para que Morrison se encontre novamente e ache o tom certo para a revista, algo que ele parece não ter traçado de forma sucinta após o primeiro número.

 

Classificação:

4,0

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