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TEX # 439

1 dezembro 2006


Título: TEX # 439 (Mythos
Editora
) - Revista mensal
Autores: Claudio Nizzi (roteiro), Fernando Fusco (desenhos) e Claudio Villa (capa).

Preço: R$ 4,90

Número de páginas: 112

Data de lançamento: Maio de 2006

Sinopse: Tex precisa levar Jim Brandon a Ottawa e provar a sua inocência diante do complô que visa lucros astronômicos com a mudança de controle de uma extensa faixa de território, que passaria do Canadá para os Estados Unidos. Mas para isso precisa evitar os postos de guarda colocados ao longo do caminho.

Sabendo que os inimigos têm muitos recursos e motivos para tentar esmagá-los, Tex usa de sua astúcia e dos conhecimentos de Jim Brandon e de Larouche para penetrar no coração do território inimigo.

A primeira encenação é a troca do barco, enganando o orgulhoso e esforçado marinheiro que se coloca na chefia das buscas no lago. Em outra saída sensacional, os justiceiros recorrem ao fundo falso de um barco para evitar o bloqueio, afogando todas as chances dos bandidos, que acreditaram estar em número suficiente para vencer a parada.

Quando o senador Sidney menos espera, os inimigos melam seus planos de se livrar dos aliados perigosos, bem no quintal da sua casa. Para o seu azar, manda raptar o Coronel Grosnoover, amigo de Jim, que após ser libertado, não tem mais dúvidas do complô.

Resta saber o que acontecerá quando os heróis chegar à capital canadense. Qual o fim do senador Sidney? Conseguirá Jim levá-lo à corte marcial ou será justiçado por Tex e seus pards? E o major Fielding, que agora representa o elo fraco da corrente?

Positivo/Negativo: O belo desenho da capa cumpre a missão de instigar o olhar para uma viagem através da janela que serve de moldura para o barco-patrulha. A pergunta que fica no ar é o que Tex faria armado com um revólver contra um barco portando canhões, mas ficou chamativo.

Apesar de a conclusão da aventura ser equivocada, consegue entreter o leitor texiano, especialmente pelo recurso bem bolado do o do fundo falso no barco. Este truque nas carroças é comum, mas em embarcações ainda não havia sido usado.

De todo modo, Nizzi diferenciou o enredo, principalmente ao não liberar o bandido Larkin para provocar encrencas. Também não caiu na mesmice de fazer os rangers serem ajudados na hora "H" por um esquadrão.

Como sempre, Tex mostra ser "o cara"! Ele fala e todos obedecem; planeja e comanda com muita propriedade e se alguém não está de acordo, prepare seu rosto para levar socos.

A condução da narrativa, levando o leitor a acompanhar as buscas do ponto de vista do seu comandante e também dos maiorais do complô, foi muito inteligente, porque mostrou que para vencer um esquema ricamente executado, basta coragem e conhecimento.

Mas Nizzi pecou em alguns pontos, como ao deixar de fora o Major Fielding, o braço armado do complô e colocar um novo personagem (Capitão Pascal), que primeiro pareceu competente e depois foi feito de idiota.

O Major conhecia os inimigos e estava a par dos planos dos dois lados. Portanto, poderia, mesmo não sendo marinheiro, ser designado para a captura dos inimigos. E um confronto à parte entre ele e o Coronel seria bastante interessante.

Só não foi pior, porque, na hora do julgamento, o Major está entre os condenados.

Outra curiosidade é o fato de Gros-Jean e os pards de Tex terem ficado praticamente calados. Além disso, o franco-canadense simplesmente some de cena durante a inspeção do barco. Ninguém o reconheceu? Estava disfarçado? Não se fala nele.

Dois erros desse quilate numa mesma história, logo numa conclusão, permite acionar a luz vermelha para Nizzi.

Os desenhos do Fusco estão bons, acompanham com propriedade o roteiro. Entretanto, percebe-se que Tex esta diferente no seu traço. O rosto está mais fino e, em algumas páginas (104, por exemplo), o traço parece o de Miguel Angel Repetto.

Do ponto de vista gráfico, a revista está perfeita.

 

Classificação:

4,0

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