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TEX GIGANTE 17 – O GRANDE ROUBO

1 dezembro 2006


Título: TEX GIGANTE 17 - O GRANDE ROUBO (Mythos
Editora
) - Edição especial
Autores: Claudio Nizzi (roteiro), José Ortiz (capa e desenhos).

Preço: R$ 18,50

Número de páginas: 240

Data de lançamento: Abril de 2006

Sinopse: Um plano perfeito, meticulosamente planejado e executado com eficiência, um homem frio como o gelo, astuto e perigoso. Um assalto ao trem debaixo das barbas da escolta armada do exército. Uma fuga com bandidos se separando. Arruelas de ferro. Onde estão as moedas de ouro?

Tex e Carson viajavam no trem e, depois que os bandidos levam o vagão postal, se juntam aos soldados para persegui-los. Mas uma ponte voa pelos ares e corta o caminho e apenas os dois justiceiros continuam a busca, com a persistência que lhes é peculiar.

Quando descobrem que foram ludibriados, os bandidos ficam com um gosto amargo na boca e se tornam sombras de Linch Weyss, de quem desconfiam. Assim, formam-se duas perseguições simultâneas: a de Tex e Carson e a dos facínoras ao seu ex-líder.

Quando chegam a Santa Fé, cidade de onde partiu o dinheiro, Tex e Carson descobrem que Gibson, um funcionário do banco, está envolvido e que só ele pode ter substituído as moedas por arruelas. Mas o homem já fugiu com Linda, a bela corista do saloon.

Mas o destino dos fugitivos não será dos melhores, pois eles cruzarão o caminho de Linch. E ele se mostrará ainda mais frio quando reencontrar seus capangas.

Mas os rangers estão no seu encalço.

Positivo/Negativo: A capa está muito enigmática, com Tex de costas, parando uma diligência, algo que parece sem propósito, já que o roubo foi a um trem. Mas, certamente se refere a uma passagem interior da aventura, muito cômica para o leitor, que é a infelicidade do cocheiro da carroça na qual fogem os bandidos, que é insistentemente perseguida e parada por sujeitos armados num curto espaço de tempo, levando o condutor à loucura.

Nizzi deixa bem claro: quando for assaltar um trem, não adianta somente planejar o roubo e a fuga. Certifique-se de que Tex Willer não está por perto. Foi o que faltou a Weyss e seus cúmplices. É um roteiro muito bom e uma leitura que não se consegue largar antes da palavra "fim".

Tiroteios, perseguições, trens, assalto, pontes ruindo à dinamite, traições, humor inteligente, uma bela mulher, uma vontade férrea de fazer justiça... não falta nada do Velho Oeste neste roteiro.

Este foi o primeiro trabalho do espanhol José Ortiz com Tex, desenhista cuja técnica prima pelos altos contrastes, coloca homens feios e maltratados pelo sol, poeira e cavalgadas pelas montanhas e pradarias. Folheando a revista, pode-se imaginar que as cenas se passam na alvorada e no crepúsculo, pois está sempre com ares de penumbra, de escuro.

Depois, Ortiz entrou para o staff de Tex. Aceitou o desafio e criou um ranger durão, rosto afilado. Com o tempo, os leitores se acostumaram com o desenhista, que é o mesmo durante todo o trajeto.

Uma entrevista com Ortiz permite conhecer sua trajetória no mundo das HQs. Curioso é que foi realizada pelo seu parceiro Antonio Segura, roteirista, também espanhol, que já assinou vários roteiros do Tex Anual.

E uma crônica do roteirista Mauro Boselli conta por que é melhor assaltar um trem, confessando as preferências de muitos bandidos reais.

Dando uma rápida olhada na primeira publicação desta história no Brasil, pela Editora Globo, no início dos anos 90, vemos que a Mythos tomou o cuidado de não modificar muito, mantendo as matérias e alterando apenas alguns detalhes da tradução, para incorporar um linguajar mais moderno e rápido aos textos.

Um primor de edição, tudo nos trinques. Quem já leu, terá o prazer de reler e quem ainda não conhece, não sabe o que está perdendo.

 

Classificação:

4,0

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