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TEXAS KID # 1

1 dezembro 2011

TEXAS KID # 1

Editora: Abril - Revista mensal

Autores: Ennio Missaglia (roteiro) e Vladimiro Missaglia (desenhos - Originalmente em Jesus # 1.

Preço: Cr$ 750,00 (preço da época)

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Julho de 1984

 

Sinopse

Texas Kid, um jovem branco órfão criado pelos índios Arapaho, foi preso injustamente na penitenciária de Prison Hill, no Oregon, da qual jamais alguém conseguira escapar.

Mas o caubói solitário, com a ajuda de um carcereiro corrupto, realiza uma incrível fuga e parte para encontrar os verdadeiros culpados pelo crime que não cometera, para provar sua inocência.

Positivo/Negativo

Em 1984, a Editora Abril resolveu entrar no mercado de fumetti de western, para concorrer com o gibi Tex, na época publicado pela RGE.

A série escolhida foi Jesus, estrelada pelo herói homônimo criado em 1976 por Ennio Missaglia, publicada originalmente pelo Gruppo Editoriale Iniziative Stampa e encerrada na Itália havia seis anos.

Antes de lançar o gibi, a Abril rebatizou o personagem como Texas Kid.

Se a intenção da editora era evitar algum tipo de desconforto com o público, caso mantivesse o nome Jesus, a mudança também foi uma clara tentativa de identificação com Tex, que já fora chamado de Texas Kid (quando estreou no Brasil, no início da década de 1950).

Publicado no País com o mesmo formatinho reduzido da revista do ranger da Sergio Bonelli Editore, o Texas Kid da Abril estrelou apenas três edições.

Nesta estreia, a trama começa com o cárcere do herói na penitenciária Prison Hill, o Inferno de Oregon. Ele havia sido preso sob a falsa acusação de roubo e duplo homicídio.

Os melhores momentos da HQ se passam na prisão. A crueza com que são retratadas chacinas e torturas físicas e psicológicas remete aos filmes de faroeste spaghetti dos anos 1960 e 1970, marcados por extrema violência.

A partir da fuga de Texas Kid em busca de provar sua inocência, o leitor pode conhecer as características guerreiras do jovem herói, como a perícia no manejo de armas de fogo, a astúcia na criação de planos de ataque e a habilidade nos combates corpo a corpo.

O que incomoda no roteiro é o excesso de recordatórios descritivos das ações dos personagens - que mais parece uma narração de jogo de futebol na TV, dizendo o que já está sendo visto na cena. E ainda traz frases de efeito bobinhas, como "O ódio transborda de seus olhos" ou "Mas Kid não se deixa amedrontar".

São os desenhos de Vladimiro Missaglia, artista regular da série, que mais se destacam nesta aventura, principalmente nos bons ângulos que ele imprime às cenas de luta e de tiroteio. Mas a arte também é perfeita em outros aspectos, como na anatomia de humanos e animais e no domínio de luz e sombra.

De todo modo, Texas Kid trouxe boas HQs de bangue-bangue tradicional que, infelizmente, não conquistaram admiradores suficientes para mantê-lo nas bancas do Brasil.

Ainda estão inéditas no País 22 dessas aventuras.

Classificação:

4,0

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