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THE NEW YORKER CARTOONS - CACHORROS

30 maio 2009


Autores: Diversos (roteiro e arte).

Preço: R$ 49,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2009

Sinopse: Coletânea de cartuns da conceituada revista The New Yorker, em todos os tempos, sobre o tema Cachorros.

Positivo/Negativo: O lançamento desta coleção pela Desiderata (desde o começo de 2008 um selo da Ediouro) é uma ousadia muito bem-vinda.

Ousadia porque o Brasil não tem uma tradição de que livros sobre cartuns sejam campeões de vendas - apesar de a própria Desiderata estar explorando esse nicho nas livrarias há algum tempo. E bem-vinda porque traz trabalhos de craques do traço de uma das revistas mais conceituadas do planeta.

Neste volume, por exemplo, há trabalhos de nomes como Bill Woodman, Leo Cullum, Charles Barsotti, Mike Twohy, Pat Byrnes, James Stevenson, Gaham Wilson, Sam Gross, Arnie Levin, Danny Shanahan, Bernard Schoenbaum e outros.

Da primeira "fornada" da coleção, este álbum é o mais divertido, justamente por não se ater a um, dois ou três temas. A seleção dos cartuns foi muito feliz ao não se focar tanto no batido "melhor amigo do homem".

O resultado é uma divertida e diversificada série de piadas, que enfocam assuntos como castração, passeios com os donos, rivalidade com gatos, o duplo sentido com o termo "cadela", ração, abanar de rabo e até um cão blogueiro!

Assim, a leitura não fica monótona, como aconteceu em Terapia, e flui mais naturalmente. Outro ponto forte é o número de piadas "mudas", que independem do texto e tornam-se universais, pois transmitem seu recado em qualquer lugar do planeta sem uma palavra sequer.

Contudo, vale mencionar que o uso do texto sob os desenhos é uma característica marcante da revista. Há até um concurso em que os leitores são chamados a criar as legendas para as cenas.

O álbum brasileiro tem tradução, prefácio (que é repetido nos outros dois livros da coleção, Terapia e Gatos) e texto de apresentação de Sérgio Augusto. O veterano jornalista enaltece os cães criados pelos vários cartunistas, aproveitando para falar um pouco a respeito de cada artista.

O trabalho da Desiderata é competente, mas tem alguns senões.

O primeiro é a ausência dos nomes dos cartunistas nas páginas. Como muitas assinaturas não são identificáveis, o leitor tende a ficar sem esta informação.

O segundo é não haver nos livros nenhum trabalho do ótimo Saul Steinberg. Como ele é mencionado no texto de introdução, o leitor até pode achar que encontrará trabalhos dele páginas adiante.

E o terceiro é o preço dos álbuns, que pode afugentar muitos leitores. Afinal, trata-se de uma leitura (ainda sem a nova ortografia) de 15, no máximo, 20 minutos.

Classificação:

4,0

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