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THE SPIRIT # 1

1 dezembro 2008


Autores: Darwyn Cooke (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 4,90

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Fevereiro de 2008

Sinopse: Onde está Ginger Coffee - Ginger é uma repórter de televisão que foi seqüestrada pela gangue que ela iria denunciar em seu programa. Agora, somente o detetive mascarado conhecido como Spirit pode salvá-la.

Mas, mesmo na condição de vítima, Ginger consegue transformar sua fuga em um furo de reportagem.

Mulher-Fatal - A sedutora P'Gell está prestes a fisgar mais um homem poderoso. Mas Spirit logo descobre que há muito mais por trás dos planos da vilã, algo que remonta a um passado que ele até então desconhecia.

Positivo/Negativo: A oferta para relançar uma revista do Spirit, personagem que deu fama ao mestre Will Eisner, é uma prova do reconhecimento e do prestígio que o roteirista e desenhista Darwyn Cooke desfruta atualmente na indústria.

Embora tenha ganhado destaque há poucos anos, ele já tem uma longa carreira e é um artista maduro, o que contribui muito para o seu sucesso em obras como DC: A Nova Fronteira.

No entanto, este é um desafio tremendo. Impossível escapar à sombra de Eisner, seja qual for o enfoque escolhido pelo seu sucessor, mais fiel ao original ou numa releitura livre. A opção de Cooke foi fazer o seu Spirit sem tentar emular o estilo do velho mestre. Essa atitude tem pontos positivos e negativos, mas o resultado final não é ruim.

Cooke atualizou o personagem e o cenário ao seu redor, trazendo-os para um mundo moderno com canais de notícias na TV, computadores e telefones celulares. Com isso, o próprio Spirit sente-se meio deslocado, bancando o detetive à moda antiga que ainda investiga arquivos em papel.

O ponto negativo é que fica claro como o estilo de desenho e de narrativa de Will Eisner eram importantes para o personagem. As poses e expressões faciais bem trabalhadas eram um elemento importante da caracterização dos personagens por Eisner, enquanto Cooke tem um desenho bem mais regular e contido.

Outra diferença marcante é o uso dos enquadramentos. Cooke é completamente conservador nesse quesito e dá a impressão de que as histórias do Spirit perdem aquele clima despojado que as composições de páginas ousadas de Eisner tinham.

O Spirit de Cooke ainda é um personagem interessante, as histórias são bem construídas, mas lhe falta aquele o algo mais que os clássicos têm. O artista tenta compensar isso explorando novos olhares sobre os personagens, como na "origem" da vilã P'Gell.

Mas, independentemente dos esforços de Darwyn Cooke para superar o estigma de suceder o maior quadrinhista de todos os tempos, a revista é uma leitura prazerosa e com um desenho bonito, que vale a pena ser conferida.

Classificação:

4,0

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