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THE SPIRIT # 4

30 maio 2009


Autores: Diamante da amante - Walter Simonson (roteiro), Chris Sprouse e Karl Story (arte), Dave Stewart (cores);

Sincronicidade - Jimmy Palmiotti (roteiro), Jordi Bernet (arte), Dave Stewart (cores);

Celebridades - Kyle Baker (roteiro e arte), Dave Stewart (cores);

Tique-taque - Darwyn Cooke (roteiro e arte), J. Bone (arte-final), Dave Stewart (cores).

Preço: R$ 5,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Setembro de 2008

Sinopse: Diamante da amante - A socialite Krystil Fullerite tem seu porta-joias roubado por um taxista. Mas Spirit descobre que nem tudo é o que parece.

Sincronicidade - Spirit persegue um ladrão por um prédio. Um criminoso vem cobrar uma dívida. O dono do imóvel precisa de dinheiro para pagar os impostos. A jovem Amanda toma sol no terraço e seu avô precisa encontrar as joias de sua esposa falecida. O gato Bichano sumiu. De que modo isso tudo pode se relacionar?

Celebridades - Mortes misteriosas, um celular cravejado de diamantes e uma celebridade pop chamada Maori são os elementos da investigação de Spirit.

Tique-taque - A organização terrorista conhecida como Octógono volta a atacar em Central City e planta uma bomba no centro da cidade. A agente Silk Satin retorna para caçar seu grande inimigo, o Senhor Octopus. E o caminho dela cruza com o do Spirit - só que eles terão pouco tempo para resolver um grande problema.

Positivo/Negativo: Diferentemente das edições anteriores de The Spirit, esta traz outros artistas além de Darwyn Cooke, tanto nos roteiros quanto na arte.

A razão para isso são as três HQs curtas que compõem o correspondente à edição # 7 norte-americana e a primeira metade deste número da Panini. Na média, todas agradam.

Celebridades, criada por Kyle Baker é a que mais se destaca no que se refere à arte e aos enquadramentos.

Diamante da amante tem a admirável virtude de resolver um quiprocó em oito páginas muito bem narradas pelo trio Walter Simonson, Chris Sprouse e Karl Story.

Sincronicidade é a melhor HQ da revista, com um roteiro muito inteligente de Jimmy Palmiotti, capaz de criar situações de causa e consequência sem parecer forçado. E Bernet faz uma arte que, em várias passagens, lembra a de Will Eisner.

Destaca-se nesse conjunto de três histórias o trabalho do colorista Dave Stewart, que lida muito bem com os diferentes traços, sem uniformizar o resultado da arte e respeitando o estilo dos desenhistas.

A segunda metade da edição traz uma história de 22 páginas com roteiro e arte de Cooke.

No começo, a narrativa é apresentada pelo noticiário da TV, bem ao estilo de Frank Miller, em O Cavaleiro das Trevas. Assim, o leitor descobre que existe uma bomba nuclear em um ponto central da cidade.

A seguir, a narrativa é dividida por duas cenas que se alternam: Spirit prisioneiro e a Agente Satin preparando-se para agir. Com um uso inteligente dos recursos narrativos, os personagens colidem (literalmente) e a cena torna-se uma só.

Satin e Spirit já se encontraram anteriormente, na edição # 2, quando pareceu que a agente tinha morrido.

A trama é muito bem conduzida, o que não é novidade para quem acompanha o trabalho de Cooke em The Spirit. A simplicidade está na premissa, no plano para solucionar o principal problema da agente Satin, assim como no modo usado para desativar a bomba que pode matar 20 mil pessoas em Central City.

E essa simplicidade é um elemento eisneriano típico, assim como a elaboração narrativa. Com esse tipo de recurso, Cooke cria histórias ambientadas em nosso tempo, mas com um cheiro de Era de Ouro dos quadrinhos.

Cooke não é Will Eisner - nem tenta ser -, mas faz um excelente trabalho com o personagem do mestre da nona arte.

 

Classificação:

4,0

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