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THE SPIRIT - AS NOVAS AVENTURAS

1 dezembro 2011

THE SPIRIT - AS NOVAS AVENTURAS

Editora: Devir - Edição especial

Autores: Alan Moore, Neil Gaiman, Jim Vance, John Wagner, Mark Kneece, Kurt Busiek, Michael Allred, Matt Brundage, Michael Avon e Mark Shultz (roteiros); e Dave Gibbons, Eddie Campbell, Dan Burr, Carlos Ezquerra, Daniel Torres, Bo Hampton, Brent Anderson, Michael Allred, Matt Brundage, Michael Avon e David Lloyd (arte) - Originalmente publicado em The Spirit - The new adventures # 1 a # 4.

Preço: R$ 53,00 (capa dura) ou R$ 41,00 (capa cartonada)

Número de páginas: 112

Data de lançamento: Dezembro de 2010

 

Sinopse

Compilação da série que reapresentou o Spirit a uma nova geração de leitores em 1998. Spirit, Comissário Dolan, sua filha Ellen e todos os personagens conhecidos da célebre criação de Will Eisner estrelam as histórias.

Positivo/Negativo

Chega a ser um acontecimento adquirir uma HQ que reúne histórias feitas por um time como Alan Moore, Neil Gaiman, David Lloyd, Moebius e Brian Bolland. Sendo esta HQ a compilação de tramas protagonizadas pela criação máxima de Will Eisner, o Spirit, a coisa ganha ares quase épicos. Pois este é o maior dos atrativos da edição especial Spirit - As novas aventuras, lançada pela Devir.

Trata-se da versão brasileira de uma série publicada pela Kitchen Sink em 1998, nos Estados Unidos. Originalmente, ela durou oito edições. Neste primeiro volume nacional, a Devir reúne as quatro primeiras, permitindo ao leitor tomar contato com novas e variadas formas de acompanhar as peripécias do clássico personagem.

Estão lá todos os elementos que ainda dão longevidade ao Spirit: o carisma do protagonista, coadjuvantes indispensáveis (como o comissário Dolan, a loira Ellen e o vilão Cobra), as tramas curtas, rocambolescas e cheias de ação, os desenhos e enquadramentos inventivos e um certo espírito juvenil que sempre marcou os escritos de Eisner enquanto esteve à frente do personagem, nos anos 40.

A HQ foi pensada pelo editor Dennis Kitchen ao se lembrar que Eisner tinha abandonado o Spirit em 1952. Dali em diante, o mascarado "sobreviveu" por reimpressões e algumas edições especiais, mas deixou de ser interessante para seu criador.

"Quando The Spirit chegou ao fim, Will não nutria nenhum sentimento especial pelo herói aposentado; ele estava concentrado em outras oportunidades", escreve Kitchen na introdução do álbum.

A partir de insistências e árduas negociações, Eisner topou deixar que o Spirit "ressuscitasse" pelas mãos de nomes graúdos, como Moore e Gaiman, e até aceitou fazer algumas capas para a série. Tempos depois, segundo Kitchen, "ele (me) confessou que gostaria de ter deixado seus colegas entrarem mais cedo na caixa de areia".

No álbum, espalham-se dez histórias com o Spirit, todas bastante divertidas. Algumas se destacam pela forma criativa como são desenvolvidas, casos da primeira, com roteiro de Alan Moore e desenhos de Dave Gibbons (a dupla de Watchmen, aqui reunida pela primeira vez depois do mais importante trabalho de ambos), na qual os britânicos recontam a origem do herói de Central City sob o ponto de vista de outros personagens.

É também de Moore a trama mais reflexiva, Ontem à noite eu sonhei com o Doutor Cobra, que imagina o herói, décadas no futuro, repensando sua própria trajetória e constatando o quanto deixou de marcas no imaginário popular.

Outras funcionam quase como gags, casos das histórias de Gaiman, de Jim Vance e de John Wagner, que brincam com o universo criado por Eisner para o Spirit.

Se há algo de negativo na edição, é apenas a constatação de que, por mais que se mostrem em ótimos momentos, nenhum dos escritores ou desenhistas se aproxima do "estilo Eisner" de narrar. Isso nem deveria, na verdade, ser algo a ser cobrado.

O próprio quadrinhista impôs algumas orientações a serem seguidas, e o álbum, de qualquer forma, é uma homenagem a ele - digamos ser uma espécie de MSP 50, projeto que vem reunindo, no Brasil, times da pesada de criadores para recriarem as figuras inventadas por Mauricio de Sousa.

A Devir colocou o álbum nas prateleiras brasileiras em dois formatos - um de capa dura (e preço mais salgado) e outro de capa cartonada e valor mais camarada.

Ruim, mesmo, é um erro interno de edição: a capa da edição # 3 americana, desenhada por Brian Bolland, está reproduzida duas vezes, como sendo também a capa do número 4 - que foi desenhada, na verdade, por Will Eisner e William Stout e, infelizmente, ficou fora da versão brasileira. Quem sabe a Devir não faz um (improvável) recall?

Classificação:

4,0

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