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Thermæ Romæ # 6

22 dezembro 2014

Thermæ Romæ # 6Editora: JBC – Série mensal em seis edições

Autora: Mari Yamazaki (roteiro e desenhos) – Originalmente publicado em Terumæ Romæ (tradução de Drik Sada).

Preço: R$ 19,90

Número de páginas: 200

Data de lançamento: Março de 2014

Sinopse

Na Roma antiga, Lucius Quintus Modestus se dedica incondicionalmente para entregar ao moribundo Imperador Adriano o maior projeto de sua vida. Já no Japão dos tempos atuais, a bela Satsuki batalha ferozmente contra todas as adversidades para reencontrar o arquiteto romano viajante do tempo.

Positivo/Negativo

Nesta edição, a saga do arquiteto romano Lucius Modestus chega ao fim com uma pegada mais emotiva. Mari Yamazaki enfatiza o desespero de Satsuki, a musa inspiradora do protagonista, estudiosa da cultura romana e moradora de Ito, cidade localizada na região central do Japão.

Enquanto ela fica literalmente em “banho-maria” nas águas termais, esperando a vinda de seu amado, Lucius está de volta à Roma de 138 d.C. para satisfazer o último desejo do Imperador: criar a maior e melhor estância termal para a posteridade.

A autora inverte as viagens temporais neste último volume. Agora quem submerge nas águas termais e vai parar na Roma antiga é o avô da garota, que dissemina a sua prática de seitai – uma técnica similar a quiropraxia – na região, e acaba se encontrando com o moribundo Imperador Adriano.

Nesse meio tempo, Yamazaki aproveita para apresentar iguarias culinárias e momentos cômicos por meio da incomunicabilidade do senhor com a terra estrangeira.

Mesmo tomando como base fatos históricos, Thermæ Romæ tem uma série de liberdades ficcionais e criativas em função de sua narrativa. Nas ruínas da baía romana nos dias atuais, onde Satsuki faz um mapeamento arqueológico com intuito de achar alguma pista do amado, se vê vários objetos “adaptados” para aquele tempo devido às viagens temporais de Lucius à terra dos “caras achatadas”.

Tanto que, para reforçar o clima de conclusão, a quadrinhista faz uso de várias liberdades poéticas, a exemplo da morte do imperador nos braços do arquiteto.

Nesta edição, o traço de Mari Yamazaki parece apressado em alguns momentos, como se ela estivesse cumprindo prazos de entrega no limite. O desfecho encontrado chega a ser piegas, mas a série em si não compromete, especialmente pelo inesperado tema de banhos termais e todas as suas possibilidades exploradas ao longo dos volumes.

Ao longo de sua narrativa, a autora manteve o interesse do leitor por desvendar e apresentar momentos históricos junto com curiosidades (e similaridades) tanto da cultura romana quanto da nipônica.

Nas notas no final dos capítulos, Yamazaki chega a falar do seriado televisivo da HBO, Roma, e suas inovações para contribuir para o imaginário daquela época, como a detalhada ambientação, bem distante do glamour de produções hollywoodianas dos anos 1950, como Ben-Hur e Cleópatra.

O tratamento editorial diferenciado da JBC com a série se destaca pela tradução de Drik Sada, que explica em notas de rodapé termos, personagens reais e conceitos, e pela capa cartonada com orelhas e aplique de verniz, além de um papel em offset de boa gramatura e impressão.

Apesar do final “morno”, Thermæ Romæ é um mangá diferente, que desperta interesse sobre um tema inusitado e entretém o leitor na imersão da sua jornada incomum.

Classificação

3,5

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